Conflitos bioéticos do viver e do morrer
Bioethical conflicts of living and dying
Publication year: 2011
A morte é um problema dos vivos, pois os que morreram não mais
precisam se preocupar com ela, como nos disse Norberto Bobbio.
Heidegger também nos alertou que viver é caminhar para a morte e
que não se vive cada dia, mas morre-se um pouco a cada dia.
Vida e morte encerram mistérios que nos encantam desde o início
dos tempos. Por um lado, nos remetem a elementos místicos, sobrenaturais ou biológicos; por outro, tornam mais visível a nossa vulnerabilidade diante de fenômenos tão determinantes. De forma contraditória, são fatos antagônicos e complementares.
Quem nunca tremeu ante a ideia de morrer ou se sentiu maravilhado
pela conjunção de fatores que geram a vida. Assim, é normal que
vida e morte causem conflitos, com dificuldades para entendê-los ou
aceitá-los como parte da realidade com a qual somos confrontados
diariamente. Pontuamos, aqui, que essa crise não pode ser vista apenas de uma forma, mas como uma etapa de nossa evolução pessoal
e coletiva.
A morte não pode ser percebida apenas como algo negativo, mas
como um estímulo ao crescimento e a busca de respostas que tornem nossa jornada mais acolhedora e frutífera. A bioética, campo do
conhecimento recente, nos ajuda a compreendê-la e, por isso, seu
estudo deve ser estimulado.
Este é o objetivo da presente obra, resultado das contribuições enviadas à Câmara Técnica de Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos
do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os artigos, escritos por especialistas da área, levarão os leitores a novos territórios, alguns mais
conhecidos que outros, no intuito de fazer com que essa viagem traga novas percepções e melhore o nosso viver e o nosso morrer.