Prevalência e fatores associados aos transtornos mentais e ao acesso aos serviços de saúde mental
Publication year: 2021
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio Grande do Norte to obtain the academic title of Doutor. Leader: Mirabal, Isabelle Ribeiro Barbosa
Introdução:
os transtornos mentais são um grave problema de saúde pública, com alta prevalência no Brasil e em todo mundo. Os transtornos mentais comuns envolvem os transtornos de depressão e ansiedade, acometendo principalmente mulheres. O acesso oportuno aos serviços de saúde mental traz o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz, minimizando complicações e diminuindo os números de adoecimento mental.Objetivo:
Identificar os fatores associados aos transtornos mentais e ao acesso aos serviços de saúde mental no Brasil e no mundo.Método:
Trata-se de um estudo de diferentes métodos. 1) revisão sistemática de estudos transversais sobre a prevalência e fatores associados aos transtornos mentais comuns em mulheres, com buscas nas bases de dados PubMed, Web of Science, Science Direct, Scopus, Cinahl; 2) revisão sistemática de estudos transversais sobre a diferença na prevalência do acesso aos serviços de saúde mental entre mulheres e homens, com buscas nas bases de dados PubMed, Web of Science, Science Direct, Scopus, Cinahl; 3) Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Brasil do ano 2013, com indivíduos de 18 anos ou mais, que analisou a prevalência dos sintomas do sofrimento mental na população brasileira e a associação entre as características individuais e o contexto social, em uma análise multinível; 4) Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, incluindo indivíduos de 15 anos ou mais para analisar os fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde para o tratamento da depressão no Brasil.Resultados:
Na revisão sistemática sobre prevalência e fatores associados aos transtornos mentais comuns em mulheres, foram incluídos 19 estudos, os principais fatores associados relatados foram o desemprego, dívidas, baixa renda econômica, ser dona de casa, tabagismo, menor nível educacional, baixa autoavaliação em saúde, ser solteira, divorciada ou viúva. O risco de viés dos estudos foi classificado como baixo e moderado. Na segunda revisão sistemática, sobre diferenças de acesso entre homens e mulheres, 11 estudos foram incluídos. A prevalência do acesso aos serviços de saúde mental entre as mulheres variou de 5,2% a 56,5%; entre os homens foi de 2,9% a 47%. Os homens obtiveram maior prevalência de acesso apenas nos serviços para tratamento de uso de álcool e drogas. No primeiro estudo transversal, os pensamentos depressivos estiveram associados a adultos jovens e de meia-idade, do sexo feminino, com baixo nível de instrução, sem companheiro, fumantes ou ex-fumantes e que não possuem plano privado de saúde; pertencer às classes D-E e viver em estados com menor expectativa de anos de estudo se mostrou como fator de proteção. Resultados semelhantes foram encontrados para o desfecho decréscimo da energia vital e sintomas somáticos. Já prevalência do acesso precário aos serviços de saúde para o tratamento da depressão foi de 14,9% (IC95% 13,6-16,2), e foi associado aos indivíduos de 15-29 anos (RP=1,52) e 30-59 anos (RP=1,22), sem instrução (RP=1,43), que avaliam sua saúde como regular⁄ruim⁄muito ruim (RP= 1,26), que possuem alguma limitação das atividades habituais por causa da depressão (RP=2,71), que tiveram a última consulta de 6 meses a menos de 2 anos (RP=2,63) e há mais de 2 anos (RP=2,25).Conclusão:
é necessário um fortalecimento e redirecionamento das políticas públicas de saúde mental, no intuito de atender às necessidades individuais das pessoas mais vulneráveis e com fatores de risco, ofertando acesso oportuno aos serviços de saúde e diminuindo o sofrimento mental, bem como a prevalência de transtornos mentais no Brasil e no mundo (AU).Introduction:
mental disorders are a serious public health problem, with high prevalence in Brazil and worldwide. Common mental disorders involve depression and anxiety disorders, mainly affecting women. Timely access to mental health services brings early diagnosis and effective treatment, minimizing complications and reducing the number of mental illnesses.Objective:
To identify factors associated with mental disorders and access to mental health services in Brazil and worldwide.Method:
This is a study of different methods. 1) systematic review of cross-sectional studies on the prevalence and factors associated with common mental disorders in women, with searches in PubMed, Web of Science, Science Direct, Scopus, Cinahl databases; 2) systematic review of cross-sectional studies on the difference in the prevalence of access to mental health services between women and men, with searches in the PubMed, Web of Science, Science Direct, Scopus, Cinahl databases; 3) Cross-sectional study with data from the 2013 National Health Survey of Brazil, aged 18 years or older, which analyzed the prevalence of symptoms of mental distress in the Brazilian population and the association between individual characteristics and social context, in an analysis multilevel; 4) Crosssectional study with data from the 2019 National Health Survey, including 15 years or more to analyze factors associated with poor access to health services for the treatment of depression in Brazil.Results:
In the systematic review on the prevalence and factors associated with common mental disorders in women, 19 studies were included, the main associated factors were unemployment, debt, low economic income, being a housewife, smoking, lower educational level, low self-assessment in health, being single, divorced or widowed. The risk of bias of the studies was classified as low and moderate. In the second systematic review, on access differences between men and women, 11 studies were included. The prevalence of access to mental health services among women ranged from 5.2% to 56.5%; among men it was 2.9% to 47%. Men had a higher prevalence of access only to services for the treatment of alcohol and drug use. In the first cross-sectional study, depressive thoughts were associated with young and middle-aged female adults, with a low level of education, without a partner, accident or extreatment, and without a private health insurance plan; belonging to classes D-E and living in states with lower expectations of years of education if informed as a protective factor. Similar results were found for the outcome of decreased vital energy and somatic symptoms. The prevalence of poor access to health services for the treatment of depression was 14.9% (95%CI 13.6-16.2), and it was associated with individuals aged 15-29 years (PR = 1.52) and 30-59 years old (PR = 1.22), without education (PR = 1.43), who assess their health as regular⁄poor⁄very bad (PR = 1.26), who have some limitation in their usual activities because of depression (PR = 2.71), who had the last visit from 6 months to less than 2 years (PR = 2.63) and for more than 2 years (PR = 2.25).Conclusion:
it is necessary to strengthen and redirect public mental health policies, not aiming to meet the individual needs of the most vulnerable people with risk factors, offering timely access to health services and reducing mental suffering, as well as prevalence of mental disorders in Brazil and worldwide (AU).
Determinantes Sociales de la Salud, Análisis Multinivel/métodos, Estudios Transversales/métodos, Encuestas Epidemiológicas/estadística & datos numéricos, Servicios de Salud Mental, Accesibilidad a los Servicios de Salud, Estudios de Género, d0422410, Factores de Riesgo, Prevalencia, Análisis de Regresión