A pobreza pode propiciar demandas de saúde mental, sendo pouco conhecido os efeitos da Política de Transferência de Renda (PTR) na saúde mental de mulheres em situação de pobreza. A pesquisa analisou os desdobramentos da PTR na vida de mulheres beneficiárias nos últimos cinco anos, particularmente os aspectos de saúde mental. Realizou-se uma abordagem qualitativa utilizando como técnicas de pesquisa grupos focais com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que acompanham mulheres beneficiárias. Os grupos focais levantaram temas importantes identificados pelas ACS no acompanhamento longitudinal de mulheres beneficiárias. A análise temática foi a metodologia utilizada para analisar os dados coletados do universo empírico. Algumas temáticas foram recorrentes nos grupos focais com as ACS, como, medo que famílias possuem de perderam o benefício; situação de pobreza; promoção de qualidade de vida e saúde mental. O Programa Bolsa Família (PBF) supre necessidades emergenciais, mas seu maior impacto na pobreza é a longo prazo, mudanças que não ocorrem na mesma intensidade que as ACS desejam, elas anseiam por não observarem mudanças a curto prazo. Desta forma as demandas em saúde mental decorrentes da pobreza continuam impactando no bem-estar emocional e qualidade de vida, propiciando estressores em saúde mental para pessoas em situação de pobreza.