Os impactos de técnicas não farmacológicas na impulsividade
The impacts of non-pharmacological techniques on impulsivity

Publication year: 2023
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais to obtain the academic title of Doutor. Leader: Romano-Silva, Marco Aurélio

A impulsividade é um fenômeno multifacetado e é caracterizada por diferentes padrões cognitivos e comportamentais que podem levar a consequências disfuncionais imediatas e em médio/longo prazo. O tratamento da impulsividade tem sido um grande desafio na área da saúde mental, pois não há muitas ferramentas bem descritas e cientificamente validadas que sejam eficazes para a melhora do bem-estar geral desses indivíduos. Dentre as abordagens gerais que podem ser utilizadas para isso, destacam-se as intervenções farmacológicas, atividades físicas e abordagens psicoterápicas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), o treinamento de habilidades sociais e emocionais e a terapia de controle de impulsos. Neste estudo, iremos analisar outras três técnicas não farmacológicas promissoras para serem utilizadas no controle de impulso que são as técnicas de Yoga, Mindfulness e Neuromodulação não invasiva. Para isso, fizemos três revisões sistemáticas conduzidas em acordo com os critérios do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Os protocolos de revisão foram registrados no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas (PROSPERO). Para escolha dos descritores que seriam utilizados na busca foi utilizado o Medical Subject Headings (MeSH). A pesquisa pelos artigos foi feita nas bases de dados da PubMed, Scopus, Science Direct e Embase. Só foram incluídos artigos em inglês e não houve delimitação de período de publicação dos artigos incluídos. Os artigos incluídos nesta revisão sistemática foram selecionados de forma independente por dois revisores distintos. Eles realizaram a seleção em duas etapas, sendo a primeira baseada na leitura dos títulos e resumos e a segunda com a leitura completa do texto e caso houvesse divergência na seleção dos artigos, um terceiro revisor foi acionado. A qualidade dos estudos incluídos nestas revisões sistemáticas foi avaliada utilizando a ferramenta Cochrane Risk of Bias tool. Ao final da seleção dos artigos, 6 artigos foram analisados no estudo sobre yoga, 18 no de Mindfulness e 18 no de Neuromodulação não invasiva (9 artigos sobre Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e 9 sobre Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)) e foi realizada metanálise de seus dados. Com base nos resultados obtidos, as técnicas de Yoga e Mindfulness surgem como promissoras no tratamento da impulsividade, demonstrando efetividade em diversos testes psicométricos e escalas. Essas abordagens terapêuticas são de fácil implantação, escaláveis e apresentam baixo custo, o que as torna viáveis tanto para o contexto clínico quanto para a saúde pública. Por outro lado, os estudos sobre ETCC e EMT ainda carecem de evidências suficientes para embasar sua implementação no tratamento da impulsividade. A falta de padronização nos estímulos utilizados e a diversidade nos desenhos de estudo dificultam a definição de protocolos efetivos. Portanto, futuras pesquisas serão necessárias para estabelecer parâmetros mais específicos e padrões de intervenção claros para essas técnicas de neuromodulação não invasiva no contexto da impulsividade.
Impulsivity is a multifaceted phenomenon characterized by different cognitive and behavioral patterns that can lead to immediate and medium-to-long-term dysfunctional consequences. The treatment of impulsivity has been a major challenge in the field of mental health, as there are not many well-described and scientifically validated tools that are effective in improving the overall well-being of these individuals. Among the general approaches that can be used for this purpose, pharmacological interventions, physical activities, and psychotherapeutic approaches such as cognitive-behavioral therapy (CBT), social and emotional skills training, and impulse control therapy stand out. In this study, we will analyze three other promising non-pharmacological techniques for impulse control, namely Yoga, Mindfulness, and non-invasive neuromodulation. To do so, we conducted three systematic reviews in accordance with the PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) criteria. The review protocols were registered in the International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). The Medical Subject Headings (MeSH) were used to select the descriptors for the search. The article search was conducted in the PubMed, Scopus, Science Direct, and Embase databases. Only articles in English were included, and there was no restriction on the publication period of the included articles. The articles included in this systematic review were independently selected by two different reviewers. They performed the selection in two stages, the first based on the reading of titles and abstracts, and the second with the full-text reading. In case of divergence in the article selection, a third reviewer was consulted. The quality of the studies included in these systematic reviews was assessed using the Cochrane Risk of Bias tool. At the end of the article selection process, 6 articles were analyzed in the Yoga study, 18 in the Mindfulness study, and 18 in the non-invasive neuromodulation study (9 articles on Transcranial Direct Current Stimulation (tDCS) and 9 on Transcranial Magnetic Stimulation (TMS)), and a meta-analysis of their data was performed. Based on the results obtained, Yoga and Mindfulness techniques emerge as promising in the treatment of impulsivity, demonstrating effectiveness in various psychometric tests and scales. These therapeutic approaches are easy to implement, scalable, and cost-effective, making them viable for both clinical and public health contexts. On the other hand, studies on tDCS and TMS still lack sufficient evidence to support their implementation in the treatment of impulsivity. The lack of standardization in the stimuli used and the diversity in study designs hinder the definition of effective protocols. Therefore, future research will be necessary to establish more specific parameters and clear intervention standards for these non-invasive neuromodulation techniques in the context of impulsivity

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