Fatores associados às desordens do sono em bebês nascidos pré-termo e com baixo-peso
Sleep disorders associated factors in preterm and low birth weight infants

Publication year: 2023
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Auad, Sheyla Márcia

Os problemas no sono estão relacionados a consequências negativas para a saúde, em especial nos primeiros anos de vida. As crianças nascidas pré-termo estão mais propensas a apresentarem problemas sistêmicos e também desordens do sono. Este estudo transversal avaliou a associação entre a ocorrência de desordens do sono (DS) em crianças nascidas pré-termo e com baixo peso, e aleitamento, hábitos de sucção e fatores sociodemográficos (Artigo 1); e saúde materna, gestação, parto, ecologia do sono, presença de refluxo e fatores sociodemográficos (Artigo 2). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (protocolo: 49714121.8.0000.5149). A amostra foi composta por 104 díades de mães e crianças na faixa etária de 0 a 3 anos, acompanhadas em um centro de referência para crianças pré-termo de Belo Horizonte, o Ambulatório da Criança de Risco (ACRIAR) do Hospital das Clínicas da UFMG. As mães responderam a um questionário de forma remota (Google Forms®), que avaliou a saúde materna, características da criança ao nascer, tipos de aleitamento, hábitos de sucção não-nutritivos e dados sociodemográficos. Foi utilizada a versão brasileira do Breve Questionário sobre Sono na Infância (BQSI), para verificar a presença de DS entre as crianças. A análise estatística incluiu análise descritiva, teste Qui-quadrado, e modelos de Regressão Logística (p<0,05). A prevalência de DS entre as crianças foi de 45,2%. Os resultados do artigo 1 demonstraram que crianças que recebem aleitamento materno 3x ou mais à noite tiveram 5,006 vezes mais chance de ter DS quando comparadas àquelas que não amamentam à noite (IC 95% = 1,229 – 20,400). Crianças que tomam mamadeira 3x ou mais à noite tiveram 6,952 vezes mais chance de ter DS quando comparadas àquelas que tomam mamadeira até 2x à noite (IC 95% = 1,364 – 35,427). A cada aumento de 1 mês de vida da criança, a chance de ter DS diminui 6,6% (IC 95% = 0,889 – 0,982), e aquelas cuja família tem maior renda tiveram 3,535 vezes mais chance de ter DS (IC 95% = 1,006 – 12,416). Os resultados do artigo 2 demonstraram que crianças do sexo masculino tiveram 4,041 vezes mais chances de apresentar DS quando comparadas às do sexo feminino (IC 95% = 1,075 – 15,193). A cada aumento de um mês de vida, a chance de ter DS reduz 11,7% (IC 95% = 0,821 – 0,949). Crianças que levam 30 minutos ou mais para adormecer tiveram 4,014 vezes mais chances de ter DS em relação às que levam menos de 30 minutos (IC 95% = 1,178 – 13,673). Crianças cujas mães consideram o sono delas um problema, tiveram 18,387 mais chance de ter DS (CI 95% = 2,399-140,926). Conclui-se que quanto mais nova a criança (Artigos 1 e 2), maior a frequência de aleitamento noturno e pertencer a uma família com maior renda (Artigo 1); e crianças que levam mais de 30 minutos para adormecer, crianças cujo sono é considerado um problema pelas mães, e crianças do sexo masculino têm maiores chances de apresentar DS (Artigo 2).
Sleep problems are associated with several shortcomings especially in the first years of life. Infants born preterm are more prone to have health injuries and also sleep disorders. This cross-sectional study evaluated the associated factors with sleep disorders (SD) in preterm and low birth weight infants and verify the association with type of feeding, sucking habits, and sociodemographic information (Article 1); and maternal health, pregnancy, delivery, sleep ecology, gastroesophageal reflux and sociodemographic information (Article 2). This study was approved by the Institutional Ethics Committee (protocol # 49714121.8.0000.5149). The sample was comprised by 104 dyads of mothers and infants aged 0 to 3 years followed-up in a reference center for preterm children in Belo Horizonte, Ambulatório da Criança de Risco (ACRIAR) from Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Mothers answered an online questionnaire available on the Google Forms® platform that evaluated maternal health condition, childbirth characteristics, breastfeeding, bottle feeding, non-nutritive sucking habits and also sociodemographic information. The Brazilian version of the Brief Infant Sleep Questionnaire (BISQ), was used to evaluate the presence of sleep disturbance among infants. Statistical analyses included descriptive analysis, Chi-square test and Logistic Regression Models (p<0.05). Sleep disorders prevalence in this sample was 45.2%. Results from article 1 showed that infants breastfed 3 times or more at night had 5.006 more chances to have SD (CI 95% = 1.229 – 20.400) compared to those who did not breastfeed at night. Infants who were bottle-fed 3 times or more at night had 6.952 more chances to have SD (CI= 95% = 1.364 – 35.427) compared to those who were bottle fed less frequently. The chance of SD decreased 6.6% (CI 95% =0.889 – 0.982) for each increase of a month in infant’s age, and those infants from families with higher income had 3.535 more chances to have SD (CI 95% = (1.006 – 12.416). The results from article 2 showed that male infants had 4.041 more chances of having SD than female infants (CI 95% = 1.075 – 15.193). For each increase of a month in infant’s age, the chance of having SD decreases 11.7% (CI 95% = 0.821 – 0.949). Spending 30 minutes or more to sleep in the evening increased 4.014 times the chance of SD compared to spending less than 30 minutes (CI 95% = 1.178 - 13.673). Infants whose mothers consider their child ‘sleep a problem had 18.387 more chances of having sleep disorder (CI 95% = 2.399-140.926). It was concluded that the youngest is the child (Articles 1 and 2), higher night frequency of breastfeeding or bottle-feeding and belonging to a higher income family (Article 1); and infants who spend 30 minutes or more to sleep in the evening, infants whose mothers consider their child ‘sleep a problem and male infants have more chances to present sleep disorders (Article 2).

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