Hepatite B: frequência da infecção entre comunicantes e contatos, duas décadas após o início da vacinação, no município de Belém, Pará, Brasil
Hepatitis B: frequency of infection among communicants and contacts, two decades after the start of vaccination, in the municipality of Belém, Pará, Brazil

Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Evandro Chagas to obtain the academic title of Doutor. Leader: Nunes, Márcio Roberto Teixeira

A Hepatite B, uma doença hepática causada pelo vírus da hepatite B (VHB), representa um relevante problema de saúde pública. O controle exige uma série de medidas preventivas, sendo a principal a vacinação. O Estado brasileiro disponibilizou a vacina de forma universal, independente de faixa etária e de condições de vulnerabilidade desde o ano de 2016. O homem é o reservatório de maior importância epidemiológica e sua transmissão pode ocorrer por via parenteral, contato sexual ou por transmissão vertical. O estudo objetivou avaliar a cobertura e a efetividade da vacina contra a hepatite B e a frequência da infecção em comunicantes de portadores do vírus da hepatite B, vinte anos após a implantação da vacina no Município de Belém, Pará, Brasil. Trata-se de um estudo transversal, do tipo inquérito domiciliar, descritivo exploratório quantitativo, na linha temática da vigilância dos comunicantes de portadores do VHB, desenvolvido entre julho de 2015 a junho de 2019. A busca de comunicantes e/ou contatos foi realizada por meio de visitas domiciliares aos portadores do vírus notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação, foram realizados testes sorológicos para a hepatite B (HBsAg, anti-HBc total, anti-HBs) por técnica imunoenzimática; nas amostras antiHBc isolado ou inconclusivo realizou-se testes para detecção do VHB-DNA, por Reação em Cadeia da Polimerase. A análise sorológica não detectou portadores do vírus, caracterizado pela ausência de HBsAg; o anti-HBc total isolado foi detectado em 2,1% (6/288) das amostras; 4,2% (12/288) foram anti-HBc total/anti-HBs reagentes e 42% (121/288) apresentaram anti-HBs isolado reagente, atribuído à vacinação; 41,7% (120/288) receberam esquema completo (três/quatro doses) da vacina hepatite B e, desses, 48,3% deverão reiniciar o esquema vacinal, pois não fizeram soroconversão. Eram suscetíveis ao VHB 58,3% (168/288) dos participantes da pesquisa. O estudo sugeriu uma baixa endemicidade da infecção pelo VHB no grupo populacional estudado, inclusive com cobertura vacinal abaixo ao preconizado pelo Programa Nacional de Imunização. Os achados evidenciaram um fato inquietante em relação aos adolescentes e crianças, principalmente entre os comunicantes de portadores do vírus, sugerindo a necessidade de incremento dos programas de educação em saúde nessa população. Perceber os múltiplos fatores que estão envolvidos na transmissão da infecção é um desafio e ainda necessita de acompanhamento constante, por esses motivos, sugere-se busca ativa desses contatos por meio de uma vigilância epidemiológica atuante, considerando a realidade encontrada, mesmo após a implantação da vacina ocorrida há mais de 20 anos e a ampliação da cobertura vacinal na população, independente da idade ou condições de vulnerabilidade
Hepatitis B, a liver disease whose infectious agent is hepatitis B virus (HBV), being a relevant public health problem. The control requires preventive and highly effective measures, the main one being vaccination. The Brazilian State has made the vaccine universally available, regardless of age group and vulnerability conditions since 2016. The man is the reservoir of greatest epidemiological importance and its transmission can occur by parenteral, sexual contact and mother to child, in vertical transmission. The study aimed to evaluate the coverage and effectiveness of hepatitis B vaccine and the frequency of infection in HBV carriers, 20 years after the vaccine was implanted in Belém, Pará, Brazil. This is a cross-sectional, household survey, quantitative exploratory descriptive study, in the thematic line of surveillance of HBV carriers communicators, developed from July 2015 to June 2019. The search for contacts and/or contacts was performed through home visits to the virus carriers notified in the National System of Notification Disorders, serological tests for hepatitis B (HBsAg, total anti-HBc, anti-HBs) were performed by technique immunoenzyme; in anti-HBc isolated or inconclusive samples, tests were performed to detect HBV-DNA by Polymerase Chain Reaction. Serological analysis did not detect carriers of the virus characterized by the absence of HBsAg; isolated total anti-HBc was detected in 2.1% (6/288) of the samples; 4.2% (12/288) were total anti-HBc / anti-HBs reagents and 42% (121/288) had anti-HBs isolated reagent, attributed to vaccination; 41.7% (120/288) received complete (three/four doses) hepatitis B vaccine regimen and of these 48.3% should restart the vaccination schedule, as they did not undergo seroconversion. They were susceptible to HBV 58.3% (168/288) of the survey participants. The study suggested a low endemicity of HBV infection in the population group studied. Including vaccination coverage below that recommended by the National Immunization Program. The findings showed an unsettling fact in relation to adolescents and children, especially among those communicating with HBV patients, suggesting the need to increase health education programs in this population. Realizing the multiple factors that are involved in the transmission of the infection is a challenge and still needs constant monitoring. For these reasons, an active search for these contacts is suggested through active epidemiological surveillance, considering the reality found, even after the vaccine was implanted more than 20 years ago and the expansion of vaccination coverage in the population, regardless of age or conditions of vulnerability

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