Reconstrução facial forense: estudo antropométrico e antropomórfico da orelha
Forensic facial reconstruction: anthropometric and anthropomorphic study of the ear
Publication year: 2024
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Mestre. Leader: Melani, Rodolfo Francisco Haltenhoff
O reconhecimento por meio da reconstrução facial forense é possível graças às pesquisas sobre as espessuras dos tecidos moles e características dos anexos faciais (olhos, boca, nariz e orelhas) e, a fidelidade dessas características são essenciais no processo do reconhecimento e posterior identificação. Na literatura científica, poucos trabalhos relacionam as orelhas à reconstrução facial forense. Este estudo tem como objetivo analisar as particularidades das orelhas, avaliando formato, tamanho, inclinação e posição, propor uma metodologia de classificação com vistas a uma maior reprodutibilidade que a forma atual existente e estabelecer relação com o biotipo facial. Diante da já referida dificuldade em se avaliar o formato da orelha foi elaborada uma abordagem mais objetiva que se mostrou eficaz quando da comparação entre o Índice Kappa (Cohen) realizado entre a forma atual e a forma proposta (de 0,63 para 0,83 intraexaminador e de 0,19 para 0,61 interexaminador). Foi também observada a predominância da orelha do tipo oval da população estudada. Foram avaliadas 99 fotografias de uma amostra de conveniência obtidas em um Pronto Socorro Odontológico particular da zona sul da cidade de São Paulo, composta por indivíduos de ambos os sexos com idade superior a 18 anos. Quanto às mensurações, o ICC intra e interexaminador obtiveram o mesmo resultado de 0,99. A análise comparativa entre os sexos revelou que o sexo masculino possui orelhas maiores quando comparado ao feminino. O estudo da inclinação da orelha em relação ao crânio mostrou um ângulo médio formado entre seu longo eixo e o Plano de Frankfurt de 73º para 76% dos homens e 69,76% das mulheres. Quanto à relação da orelha com outras estruturas, em 81,6% dos casos, o ponto mais superior da orelha coincide com a sobrancelha.