O trânsito entre armários: encontros entre ativismo, HIV e arte no Brasil
Transit between closets: encounters between activism, HIV and art in Brazil

Publication year: 2023
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher to obtain the academic title of Doutor. Leader: Nascimento, Marcos Antônio Ferreira do

Esta tese é resultado de uma investigação com o objetivo geral de compreender os trânsitos entre arte, ativismo e saúde nas narrativas de vida de artistas vivendo com HIV que trazem a temática do HIV e da AIDS para seus trabalhos artísticos. Para o alcance desta finalidade, recorro a narrativas de vida, começando pela minha própria em busca de (des)encontros a partir do trânsito entre diferentes armários sociais, mergulhando em conceitos como a epistemologia do armário (Sedgwick, 2007) e artivismo (Chaia, 2007; Machado, 2019; Baldissera, 2019). Na busca por caminhos metodológicos, trago reflexões sobre pesquisa qualitativa, com a consciência de que me envolvo no que me é familiar (Velho, 1978) e encontro na etnossociologia as narrativas de vida proposta por Bertaux (2010) uma luz a guiar as entrevistas e a análise das informações, produzindo dados por meio de conversas narrativas. As entrevistas ocorreram durante a pandemia de COVID-19 de forma remota no final do ano de 2021 e início de 2022.

Essa pesquisa chega a seguintes considerações:

a arte, como um antirretroviral social, tem uma força na desconstrução dos vírus ideológicos (Daniel, 2018) e no renascimento de mortes sociais (Daniel, 2018) com produção de deslocamentos e transformações. No processo dos artistas vivendo que aqui chamo de artistas-autores participantes, a ancestralidade é uma fonte artística, em um continuum artístico. Por fim, o campo da saúde tem o desafio de incorporar ainda mais arte em seus processos de pesquisa e produção de conhecimento, de forma a explorar as infinitas possibilidades que o campo saúde e arte pode trazer para o lidar com doenças estigmatizadas.
This thesis results from an investigation with the general objective of understanding the transits between art, activism, and health in the life narratives of artists living with HIV who bring the theme of HIV and AIDS to their artistic works. To achieve this purpose, I resort to life narratives, starting with my own in search of (mis)encounters from the transit between different social closets, diving into concepts such as closet epistemology (Sedgwick, 2007) and artivism (Chaia, 2007; Machado, 2019; Baldissera, 2019). In the search for methodological paths, I bring reflections on qualitative research, with the awareness that I am involved in what is familiar to me (Velho, 1978). I find in ethnosociology the life narratives proposed by Bertaux (2010) a light to guide the interviews and the analysis of information, producing data through narrative conversations. The interviews occurred remotely during the COVID-19 pandemic at the end of 2021 and the beginning of 2022.

This research reaches the following considerations:

art, as a social antiretroviral, has a force in deconstructing ideological viruses (Daniel, 2018) and in the revival of social deaths (Daniel, 2018) with the production of displacements and transformations. In the process of living artists that I call participating artist-authors here, ancestry is an artistic source in an artistic continuum. Finally, the field of health has the challenge of incorporating even more art into its research processes and production of knowledge to explore the infinite possibilities that the field health and art can bring to response stigmatized diseases.

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