A condição da fragilidade e dificuldade de acesso/uso aos serviços de saúde pelos idosos no Estudo SABE
The condition of frailty and difficulty of access/use of health services by the elderly in the SABE Study

Publication year: 2024
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Duarte, Yeda Aparecida de Oliveira

A fragilidade e a dificuldade de acesso/uso aos serviços de saúde são condições importantes de serem estudadas, na medida em que impactam na morbimortalidade e podem nortear as ações de saúde com enfoque preventivo, mais eficiente e com mais equidade.

Objetivos:

Conhecer a prevalência e os fatores associados à fragilidade e à dificuldade de acesso/uso pelos idosos residentes no município de São Paulo segundo as variáveis de predisposição, capacitação e necessidade de saúde conforme modelo de Andersen.

Método:

Estudo transversal, que utilizou a base de dados do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento da coorte de 2015. As variáveis dependentes foram fragilidade e dificuldades de acesso/uso aos serviços de saúde. Para analisar a fragilidade, os idosos foram categorizados em não frágeis, pré-frágeis e frágeis. Já para a variável dicotômica dificuldade de acesso/uso os idosos foram categorizados em com ou sem dificuldades. A análise dos fatores associados a ambas as condições foram baseadas no modelo de Andersen com três blocos hierarquizados subdivididos em grupos conforme características das variáveis. Para estimar a associação entre as variáveis fragilidade e dificuldade de acesso/uso com as variáveis independentes foi utilizado modelo de regressão bivariado. Após, foi aplicado o modelo multivariado, no qual, para a variável fragilidade utilizou-se a regressão logística multinomial e para dificuldade de acesso/uso utilizou-se a logística binomial.

Resultados:

Foram avaliados 1.224 idosos com idade de 60 anos ou mais. A prevalência da fragilidade foi de 8% e suas variáveis associadas foram: idade; religião; não realiza atividade física; sem dificuldade de usar transporte; sem seguro social; não ter satisfação com a vida; necessitou de internação então não foi; tipo de profissional responsável pelo atendimento; grau de satisfação com a saúde; doenças como cardiovasculares e osteoarticulares; dificuldades em atividades básicas e instrumentais da vida diária. A prevalência das dificuldades de acesso/uso foi de 37% e suas variáveis associadas foram: idade; estado civil; nível de escolaridade; renda; religião; não costuma ou não tem dificuldade em usar transporte; sem seguro social e etilismo nos últimos 3 meses.

Conclusão:

Nossos resultados apontam que a maioria dos determinantes para a fragilidade estava elencadas nos três blocos do modelo de Andersen. Já os determinantes para a dificuldade de acesso/uso dos serviços de saúde foram as características agrupadas somente nos blocos de fatores predisponentes e capacitantes. Conhecer essas associações auxilia na implementação de políticas públicas no contexto das reais demandas e necessidades de saúde dos idosos visando minorar ou resolver os impactos desses processos que, quando em curso, comprometem a saúde e qualidade de vida deles.
Frailty and difficulty in accessing/using health services are important conditions to study as they have an impact on morbidity and mortality and can guide health actions with a preventive, more efficient and more equitable approach.

Objectives:

To find out the prevalence and factors associated with frailty and difficulty in access/use faced by elderly people living in the city of São Paulo according to the variables of predisposition, training and health needs according to the Andersen model.

Methods:

A cross-sectional study using the database of the Health, Well-being and Aging Study of the 2015 cohort. The dependent variables were frailty and difficulties in accessing/using health services. To analyze frailty, the elderly were categorized as non-frail, pre-frail and frail. For the dichotomous variable difficulty in access/use, the elderly were categorized as having or not having difficulties. The analysis of the factors associated with both conditions was based on the Andersen model with three hierarchical blocks subdivided into groups according to the characteristics of the variables. A bivariate regression model was used to estimate the association between the frailty and access/use difficulty variables and the independent variables. The multivariate model was then applied, using multinomial logistic regression for the frailty variable and binomial logistic regression for the access/use difficulty variable.

Results:

1,224 elderly people aged 60 or over were assessed. The prevalence of frailty was 8% and its associated variables were: age; religion; no physical activity; no difficulty using transportation; no social security; no satisfaction with life; did not attend because hospitalization was required; type of professional responsible for care; level of satisfaction with health; diseases such as cardiovascular and osteoarticular diseases; difficulties in basic and instrumental activities of daily living. The prevalence of access/use difficulties was 37% and the associated variables were: age; marital status; level of education; income; religion; not used to or not having difficulty using transportation; no social security and alcohol consumption in the last 3 months.

Conclusions:

Our results show that most of the determinants of frailty were listed in the three blocks of the Andersen model. The determinants of difficulty in accessing/using health services, on the other hand, were the characteristics grouped only in the blocks of predisposing and enabling factors. Knowing these associations helps in the implementation of public policies in the context of the real health demands and needs of the elderly, with a view to mitigating or resolving the impacts of these processes which, when underway, compromise their health and quality of life.

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