Ser professor é uma atividade construída historicamente e mobiliza o professor, enquanto pessoa e profissional. O processo educativo é desenvolvido em situações concretas que deixam marcas, frente a situações em que o professor se sente sobrecarregado, vai distanciando-se do sentido de sua profissão, da mesma forma que as condições de trabalho o distanciam do discurso de valorização da educação. Com as transformações aceleradas do mundo do trabalho muitos educadores sentem-se afetados em sua profissão, o que pode originar insatisfação na vida pessoal e profissional, causando o mal-estar docente. O objetivo deste trabalho foi compreender o mal-estar e as estratégias de enfrentamento do professor em atividade na educação básica com apoio na abordagem qualitativa na perspectiva histórico-cultural. A pesquisa foi realizada com cinco professores da educação básica por meio da participação em um grupo focal. Os resultados indicaram os sentidos atribuídos pelos professores às suas ações e vivências, nos quais se destacaram dilemas como a ideia do ser professor que é confrontada nas interações em sala de aula; as condições de trabalho que os colocam distantes do discurso de valorização da educação; e o mal-estar docente que os leva a desejarem se afastar de seu trabalho construindo diferentes formas de enfrentamento desta situação. Melhorias no sistema da educação são necessárias, desde a formação do professor até a valorização do magistério, suas condições de trabalho, salário digno, condições técnicas, estruturais e organizacionais. Trata-se de um processo que supõe a implicação tanto dos professores quanto das políticas públicas da educação