Publication year: 2023
Theses and dissertations in Inglés presented to the Fundação Antônio Prudente to obtain the academic title of Doutor. Leader: Nassar Junior, Antônio Paulo
INTRODUÇÃO:
Sobrevida de longo prazo e local de residência e fonte pagadora em pacientes com câncer que são internados em unidades de terapia intensiva (UTI) na América Latina são raramente descritas. OBJETIVO:
Descrever sobrevida de longo prazo e avaliar se fatores sociais de pacientes com câncer internados em uma UTI estão associados com esta. MÉTODOS:
Coorte retrospectiva em um centro oncológico, em São Paulo, Brasil. Iniciado no primeiro dia de internação na UTI e a data final de seguimento é a última consulta ambulatorial ou óbito, feito censuramento máximo em 5 anos. Foram incluídos pacientes internados na UTI de 2012 a 2017. Foram excluídos menores de 18 anos e pacientes sem câncer ativo. Foram coletados dados clínicos, demográficos e sociais dos pacientes. Foram construídas curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier. Foram feitas 3 estratificações da população total de pacientes com câncer orientadas pela análise de resíduos Schoenfeld nas covariáveis para ajuste no modelo de prejuízos proporcionais de Cox. Desta forma, 4 populações de pacientes com câncer na UTI foram definidas: pós-operatório eletivo em pacientes com tumor sólido, admissões não-planejadas em pacientes com tumor sólido loco regional, admissões não-planejadas em pacientes com tumor sólido metastático e admissões não-planejadas em pacientes com tumor hematológico). Foi estimada causa específicas de razão de prejuízos (Hazard Ratio - HR) ajustado para potenciais fatores de confusão nas 4 populações definidas. RESULTADOS:
No período de 2012 a 2017, foram incluídos 10085 pacientes com câncer que necessitaram de UTI. Foram 5014 (49,7%) tumores sólidos e admissões planejadas; 4414 (43,7%) pacientes com tumores sólidos e admissões não planejadas, neste grupo houve uma nova estratificação em tumores localizados 1575 (15,6%), tumores metastáticos 2839 (28,1%) e 657 (6,5%) hematológicos. A mortalidade no período de seguimento das 4 populações foi de 28,3% em tumores sólidos e admissões planejadas, 58,7% em tumores sólidos localizados e admissões não planejadas, 78,6% em tumores hematológicos e 89,1% em tumores sólidos com metástase e motivo de admissão não planejado. Corrigindo para idade, gênero, comorbidades e funcionalidade ,em 5 anos, em tumores sólidos metastáticos e admissões não planejadas, ser admitido via SUS associou-se a prejuízo: [HR=1,14(IC 95%,1,04 1,25)] e de tumores hematológicos [HR=1,29( IC 95%,1,06-1,58 )] mas não nas populações de tumores sólidos com câncer localizado e admissões não planejadas [HR=1,08(IC 95%,0,94-1,25 )]. Pacientes com tumores sólidos e admissões planejadas, na variável fonte pagadora, tiveram o fenômeno da tempo dependência e não foi possível ajustá-la no modelo de prejuízos proporcionais de Cox. O local de moradia não apresentou qualquer fator de proteção ou prejuízo nas 4 populações estudadas. CONCLUSÃO:
Ser admitido via SUS (vs. Sistema privado) associouse a maior mortalidade em 5 anos na população tumores sólidos metastáticos e admissões não planejadas ,tumores hematológicos e admissões não planejadas, mas não na população de tumores sólidos localizados e admissões não planejadas. O local de moradia em relação ao hospital não mostrou associação com mortalidade nos quatro grupos de pacientes analisados.
INTRODUCTION:
Long-term survival and place of residence and payer source in cancer patients who are admitted to intensive care units (ICU) in Latin America have been rarely described. OBJECTIVE:
To describe long-term survival and to assess whether social factors in cancer patients who were admitted to an ICU are associated with long-term survival. METHODS:
This was a retrospective cohort study in an oncology center in São Paulo, Brazil. The initial date was the first day of ICU admission and the final date of follow-up as the last outpatient visit or death, with maximum censoring at 5 years. Patients admitted to the ICU from 2012 to 2017 were included; patients under 18 years of age and patients without active cancer were excluded. Clinical, demographic, and social data were collected. Survival curves were constructed by the KaplanMeier method. We performed 3 stratifications of the total population of cancer patients guided by Schoenfeld residual analysis on the covariates for adjustment in the Cox proportional hazards model. Thus, 4 populations of cancer patients in the ICU were defined: elective postoperative in solid tumor patients, unplanned admissions in locoregional solid tumor patients, unplanned admissions in metastatic solid tumor patients, and unplanned admissions in hematologic tumor patients). Specific cause of harzard ratio (HR) was estimated adjusted for potential confounding factors in the 4 defined populations. RESULTS:
In the period from 2012 to 2017, 10085 cancer patients requiring ICU were included. There were 5014 (49.7%) patients with solid tumors and planned admissions; 4414 (43.7%) patients with solid tumors and unplanned admissions, in this group there was further stratification into patients with localized tumors 1575 (15.6%), metastatic tumors 2839 (28.1%) and 657 (6.5%) patients with hematologic tumors. Mortality over the follow-up period for the 4 populations was 28.3% for solid tumor group and planned admissions, 58.7% for patients with localized solid tumors and unplanned admissions, 78.6% for patients with hematologic tumors, and 89.1% for patients with solid tumors with metastasis and unplanned reason for admission. Correcting for age, gender, comorbidities and functionality, at 5 years, in metastatic solid tumor patients and unplanned admissions, being admitted via SUS was associated with hazard: [HR=1.14(95% CI,1.04-1.25)] and hematologic tumors [HR=1.29( 95% CI,1.06-1.58 )] but not in the populations of solid tumor patients with localized cancer and unplanned admissions [HR=1.08(95% CI,0.94-1.25 )]. Patients with solid tumors and planned admissions in the payer source variable had the phenomenon of time dependence and it was not possible to fit it in the Cox proportional hazards model. Place of residence did not show any protective or detrimental factor in the 4 populations studied. CONCLUSION:
Being admitted via SUS (vs. private system) was associated with higher 5-year mortality in the population of patients with metastatic solid tumors and unplanned admissions, patients with hematologic tumors and unplanned admissions, but not in the population of patients with localized solid tumors and unplanned admissions. The patient's place of residence in relation to the hospital showed no association with mortality in the four patient groups analyzed.