A Doença de Chagas, é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, com características endêmicas representa um grave problema de saúde pública nas Américas. A transmissão vetorial constitui o principal mecanismo de infecção humana e acontece através do contato do parasito, presente nas fezes ou urina de vetor, com o hospedeiro vertebrado durante ou logo após o repasto sanguíneo de insetos da subfamília Triatominae. Desse modo, a importância dos triatomíneos está associada à sua relevância epidemiológica como vetores do protozoário e seu potencial vetorial está intimamente relacionado com sua capacidade de sobreviver em ambiente antropizado por ampliar, as possibilidades de encontro do parasito com humanos. Dentre as espécies de triatomíneos presentes na região do médio Araguaia, espécimes de Triatoma williami tem sido frequentemente encontradas visitando ambientes antropizados no município de Barra do Garças, MT com taxas de infecção pelo T. cruzi de cerca de 30%, aumentando o risco de transmissão do parasito para hospedeiros vertebrados humanos. Dentre as medidas que diminuem o risco de infecção vetorial pelo T. cruzi o uso de inseticidas piretróides, sobretudo Deltametrina, tem sido recomendado em campanhas de controle de vetores desde a década 1980. Apesar da importância do controle químico, o uso racional destes compostos é fundamental para assegurar a saúde humana e ambiental. No entanto, não há estudos controlados que tenham estabelecido a utilização segura destes inseticidas em populações de T. williami. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi conhecer a ação de Deltametrina 2,5% sobre T. williami. Para tanto, foram testadas oito concentrações de Deltametrina sobre ninfas de primeiro estádio por 24 e 72 horas. Deltametrina apresentou efeito residual reduzido para T. williami com tempo de exposição de 24 horas das ninfas ao piretróide, já com 72 horas de contato demonstrou efeito até 120 dias após o tratamento químico. Por meio deste trabalho foi possível notar que Deltametrina possui ação letal sobre T. williami, porém, requer um longo período de exposição como garantia de sua eficácia.