Expectativas de gestantes adolescentes relacionadas à assistência no pré-natal e parto
Expectations of teenage pregnant women regarding prenatal care and childbirth

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher to obtain the academic title of Mestre. Leader: Dias, Marcos Augusto Bastos

A adolescência é um período que demanda assistência específica e é uma prioridade das políticas públicas brasileiras. É uma fase de muitas transformações que engloba o amadurecimento físico, cognitivo, psicológico e social1. A gravidez na adolescência é uma soma de transformações, que podem trazer insegurança, medos, dúvidas, expectativas e grandes alterações para o futuro da jovem2. Esta pesquisa objetivou compreender quais as expectativas de gestantes adolescentes e suas representações acerca da assistência no pré-natal e parto. Trata-se de uma pesquisa com natureza qualitativa realizada no ambulatório do pré-natal em um Hospital Referência Nacional no município do Rio de Janeiro. Foram entrevistadas 7 adolescentes primíparas com idade entre 15 e 19 anos em diversas fases do período gestacional e no puerpério com gestação de baixo risco. Foram utilizados dois roteiros semiestruturados de entrevista, um durante o pré-natal e outro no período puerperal. Foi utilizada também a técnica de observação participante em um grupo de gestantes na Instituição referida. Os dados foram analisados segundo a análise de conteúdo. Os achados sugeriram que, mesmo não admitindo ter planejado a gravidez, as adolescentes o fizeram. Entretanto, trata-se de um planejamento difuso, inconsciente e solitário. Destacamos o desconhecimento das adolescentes sobre os aspectos relativos à assistência pré-natal, fator que dificulta a criação de expectativas. Apesar disso, as entrevistadas declaram ter sido bem atendidas em suas demandas. Sobre as expectativas na assistência ao parto, destacamos a preferência das adolescentes pelo parto normal. O medo da cesariana foi um aspecto muito abordado. O medo da dor das contrações também foi um dado presente. Elas desejam que “a dor seja rápida e passe logo”. As adolescentes apresentaram dificuldade em expressar sentimentos e representações sobre o cuidado pré-natal e o momento do parto. Elas desejam ser acolhidas pelos profissionais que as atendem, e gostariam de demandar o serviço no sentido de ter espaço para perguntar e obter respostas em qualquer momento da assistência perinatal. Ressaltamos a relevância da educação perinatal como uma prática fundamental no cuidado à gestante.
Adolescence is a period that demands specific assistance and is a priority of Brazilian public policies. It is a phase of many transformations that encompasses physical, cognitive, psychological and social maturation1. Adolescent pregnancy is a sum of transformations, which can bring insecurity, fears, doubts, expectations and great changes for the future of the girl2. This research aimed to understand the expectations of pregnant women and their representations about prenatal care and childbirth. This is a qualitative research carried out at the prenatal outpatient clinic at a National Reference Hospital in the city of Rio de Janeiro. Seven primiparous adolescents between 15 and 19 years of age were interviewed in several phases of the gestational period and in the puerperium with low risk gestation. Two semi-structured interviews were used, one during the prenatal period and the other during the puerperal period. The participant observation technique was also used in a group of pregnant women in the referred institution. The data were analyzed according to the content analysis. The findings suggested that, even if they did not admit to having planned the pregnancy, the adolescents did. However, it is a diffuse, unconscious and solitary planning. We highlight the lack of knowledge about the aspects related to prenatal care, which makes it difficult to create expectations. Despite this, respondents say they have been well met in their demands. Regarding the expectations in the delivery care, we highlight the preference of adolescents for normal delivery. The fear of the cesarean section was a much discussed aspect. Fear of the pain of contractions was also a given. They want "the pain to be quick and pass quickly". The adolescents presented difficulties in expressing feelings and representations about prenatal care and the moment of delivery. They want to be welcomed by the professionals who attend them, and would like to demand the service in order to have room to ask and get answers at any time during the perinatal care. We emphasize the relevance of perinatal education as a fundamental practice in the care of pregnant women.

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