Aconselhamento contraceptivo durante o pré-natal

Silva, Ana Cecília Silvestre da

Introdução:

O aconselhamento contraceptivo durante o pré-natal é um componente para integralidade da assistência à saúde, auxiliando a mulher/casal na escolha do método contraceptivo que melhor se adeque às necessidades reprodutivas e clínicas de forma compartilhada com o profissional de saúde.

Objetivo:

Avaliar o aconselhamento contraceptivo durante o pré-natal.

Método:

Estudo quantitativo, descritivo e transversal desenvolvido em duas maternidades de Maceió, Alagoas, entre março e julho de 2023. Participaram do estudo 595 mulheres que se encontravam hospitalizadas após o parto ou acompanhado recém-nascido e que tinham realizado pré-natal. A coleta de dados foi conduzida com entrevista face-a-face por meio de instrumento semiestruturado. A variável dependente foi ter tido acesso a ações de aconselhamento contraceptivo durante o pré-natal (dicotômica). As variáveis independentes diziam respeito ao perfil sociodemográfico, história reprodutiva; ao pré-natal e ao planejamento da gravidez. Foi realizada análise descritiva e regressão logística bivariada e múltipla.

Resultado:

Todas as mulheres fizeram ao menos uma consulta de pré-natal, sendo que 84,4% iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre e 72,5% fizeram ao menos seis consultas. Mesmo assim, apenas 34,8% relataram ter sido aconselhadas sobre contracepção durante a assistência pré-natal, majoritarimante de forma individualizada e acerca de métodos como pílula, injetáveis, dispositivo intrauterino e laqueadura. Mulheres de 25 a 34 anos de idade tiveram menos chance de ter sido aconselhada sobre MAC no pré-natal comparadas às mulheres mais jovens, de 14 a 24 anos de idade (OR=0,63; IC95%=0,43-0,99). Mulheres que tiveram três ou mais gestações tiveram mais chance de ter sido aconselhada sobre MAC durante o pré-natal em relação às mulheres que tiveram apenas uma gestação (OR=2,14; IC95%=1,16-3,60).

Conclusão:

Apesar da maioria das mulheres terem um adequado acesso ao pré-natal, observou-se baixo percentual de aconselhamento contraceptivo durante essa assistência. Ressalta-se a necessidade de implementação de políticas públicas e reorganização do trabalhao das equipes da atenção primária à saúde de forma a promover o aconselhamento contraceptivo e o acesso a diversidade de métodos, garantindo os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres nos períodos pré-natal e pós-parto.

Introduction:

Contraceptive counseling during prenatal care is a component of comprehensive health care, assisting women/couples in choosing the contraceptive method that best suits their reproductive and clinical needs, in a shared manner with the health professional.

Objective:

To evaluate contraceptive counseling during prenatal care.

Method:

Quantitative, descriptive, and cross-sectional study developed in two maternity hospitals in Maceió, Alagoas, between March and July 2023. The study included 595 women who were hospitalized after giving birth or accompanied a newborn and who underwent prenatal care. Data collection was conducted in a face-to-face interview using a semi-structured instrument. The dependent variable was having had access to contraceptive counseling actions during prenatal care (dichotomous). The independent variables related to sociodemographic profile, reproductive history; prenatal care; and pregnancy planning. Descriptive analysis and bivariate and multiple logistic regression were performed.

Results:

All women had at least one prenatal visit, with 84.4% starting prenatal care in the first trimester and 72.5% having had at least six prenatal visits. Even so, only 34.8% reported having received counseling about contraception during prenatal care, mostly on an individual basis and regarding methods such as the pill, injectables, intrauterine device and tubal ligation. Women aged 25 to 34 years were less likely to have received counseling about contraception during prenatal care compared to younger women aged 14 to 24 years (OR=0.63; 95% CI=0.43-0.99). Women who had three or more pregnancies were more likely to have received counseling about contraception during prenatal care compared to women who had only one pregnancy (OR=2.14; 95% CI=1.16-3.60).

Conclusion:

Although most women have adequate access to prenatal care, a low percentage of contraceptive counseling was observed during this care. The need to implement public policies and reorganize the work of primary health care teams is highlighted in order to promote contraceptive counseling and access to a variety of methods, guaranteeing women's sexual and reproductive rights in the prenatal and postpartum periods.