A telecomunicação se instaurou em uma era globalizada e informatizada, tendo suas relações de trabalho pautadas na intensificação do trabalho, especialmente nos call centers, ocasionando diversos agravos que comprometem a capacidade física e psíquica dos teleoperadores. Analisar a relação entre condições de trabalho e saúde de teleoperadores foi objetivo desta pesquisa, a partir de um estudo descritivo, exploratório e de corte transversal com a participação de 819 teleoperadores de dois call centers do município de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Os dados foram coletados mediante questionário-entrevista sobre aspectos sociodemográficos, relacionados ao trabalho e saúde. O perfil dos entrevistados é de maioria jovem de 18-25 anos (61,3%), mulheres (66,9%), com ensino médio completo (51,2%), não estão no primeiro emprego (54%), recebem um salário mínimo (78%). Relatou-se a presença de doenças relacionadas ao trabalho como perda auditiva (58,8%), tendinite (21,7%), problemas psicológicos (12,3%). A prevalência do SRQ-20 foi de 57,8% demonstrando uma alta predisposição desta categoria aos TMC. Associações significativas (p<0,05) como: atividade além do trabalho com acidente ou doença de trabalho; tempo de trajeto com cansaço recorrente; tempo na empresa com dor em punho, cotovelo e ombro e com apresentação de atestado médico. Este quadro se relaciona diretamente ao processo e organização de trabalho e revela a necessidade de mudanças, visando a melhoria das condições de trabalho e consequente melhoria nas condições de saúde e vida destes trabalhadores.