A infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) constitui um grande problema de saúde pública mundial. A descoberta dos Antirretrovirais (ARV) no fim dos anos 80 e inicio da terapia antirretroviral (TARV) não trouxe a cura, mas significou mudança no prognóstico de morte anunciada das pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) para uma expressiva redução da morbidade, aumento da sobrevida e qualidade de vida. Contudo, a cobertura global da TARV em 2015 atingiu menos da metade (46%) das pessoas infectadas naquele ano. O Brasil através da Lei 9.313 iniciou a disponibilização gratuita dos ARV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1996. O sucesso da TARV está diretamente relacionado a fatores que beneficiem a adesão ao tratamento, pois pela sua complexidade envolve o contexto socioeconômico PVHA, o relacionamento entre profissional de saúde e paciente e da compreensão destes indivíduos dos fatores subjetivos inerentes à pessoa e de seu grupo social, onde ambos estão inseridos no processo de adesão e como estes encaram esse processo na busca por qualidade de vida. Portanto, identificar aqueles que se relacionem a má adesão evita aumento da resistência viral, a limitação das alternativas de tratamento e consequentemente, a disseminação de cepas multirresistentes. Diante disso e considerando a identificação de pontos críticos (dificuldades em relação ao acolhimento, organização da assistência, à rede de atenção, incluindo referência e contrarreferência, às atividades de adesão ao tratamento, à busca ativa de pacientes faltosos ao seguimento e à coordenação do trabalho) que dificultam a adesão em um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Recife/PE, com taxa de má adesão de 13,79%, observado de janeiro de 2000 a agosto de 2017, foi elaborada uma proposta de intervenção em saúde para os pacientes com má adesão à TARV da unidade. Utilizou-se a ferramenta 5W3H para sua confecção. Posteriormente, ela foi apresentada durante reunião à gestão da unidade para fomentar discussão a cerca de sua implantação. Verificamos que alguns pontos da referida proposta encontravam-se implantados, enquanto os demais foram acolhidos pela equipe, permitindo a inclusão de discussões a cerca desses nas duas reuniões clínicas mensais entre a equipe do referido SAE com a finalidade de desenho da estratégia de ação e a implantação das metas, objetivando a melhora na adesão à TARV das PVHA assistidas no referido serviço.