Qualidade de vida e percepção de estresse dos docentes de uma instituição privada de ensino superior
Quality of life and perception of stress among teachers at a private higher education institution

Publication year: 2024
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais to obtain the academic title of Mestre. Leader: Almeida, Vanessa de

Embora a profissão docente disfrute de grande prestígio, tanto do ponto de vista científico quanto social, ela é uma das profissões mais afetadas pelo estresse cujos efeitos comprometem a saúde física e mental desses profissionais, com efeito direto na sua qualidade de vida. Sabe-se que estresse pode afetar pessoas de todas as idades podendo, ainda, gerar impactos nas condições econômicas tanto dos empregados e empregadores, quanto ao Estado, com incremento dos custos relativos aos recursos humanos, sociais e financeiros, dada à maior suscetibilidade ao adoecimento e ao risco inerente de afastamentos ocupacionais por licença de trabalho, tratamento médico, aposentadoria por invalidez, alteração nos processos de gestão das organizações e na vida particular do trabalhador. Assim, as Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora e a Política de Promoção da Saúde objetivam criar meios capazes de regulamentar e estimular a adoção de um ambiente de trabalho que que promova o bem-estar físico, mental, econômico e social, refletindo, assim na qualidade de vida do trabalhador.

Objetivo:

avaliar a qualidade de vida (QV) e estresse entre os docentes em uma instituição privada de ensino superior. Como objetivos secundários, caracterizar as informações sociodemográficas, de saúde e relacionadas ao trabalho entre esses docentes, bem como identificar a relação entre os fatores determinantes de pior qualidade de vida.

Métodos:

Trata-se de um estudo transversal, exploratório e de abordagem quantitativa, cuja amostra foi composta por 119 docentes voluntários de todas as áreas do conhecimento de três unidades pertencentes a uma instituição de ensino superior privada. Foram utilizados os instrumentos WHOQOL-Bref (para avaliação da QV), um questionário sociodemográfico, ocupacional e de formação acadêmica, além da ESP-10 (para avaliação do estresse). Após a coleta de dados, as informações foram transferidas para o Excel e, posteriormente, ao software Statistical Softwares for Social Science (SPSS) versão 19.0, onde realizamos a análise descritiva e os cálculos das variáveis numéricas. Para avaliar os fatores associados a uma pior qualidade de vida foram utilizados os testes qui-quadrado de Pearson, na análise univariada e o modelo de regressão logística binária na análise multivariada. O nível de significância considerado de 5%. Todos os preceitos éticos estabelecidos pela Resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde serão respeitados e este estudo somente iniciou após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG.

Resultados:

A maioria dos docentes eram do sexo feminino (55,5%), na faixa etária entre 21 e 64 anos, da raça branca (68,9%), com companheiro (55,5%) e 64,7% têm filhos. A renda salarial média era de até 2 salários-mínimos (43,7%), 55,5% eram da área de ciências da saúde e, por fim, 47,9% possuem mestrado completo. Após análise multivariada, verificou-se que a chance de ter uma pior qualidade de vida foi significativamente maior para os professores que atuam até 6 horas semanalmente, que possuíam qualidade de sono ruim/regular (OR=3,44; IC 95% 1,44-8,20) e estresse elevado (OR=2,86; IC 95% 1,10-7,42). Além disso, os docentes com carga horária de mais de 15 horas tiveram menor chance de baixa qualidade de vida (OR=0,26; IC 95% 0,09-0,77) que aqueles com carga horária de até 6 horas.

Conclusão:

Os docentes possuem uma avaliação insatisfatória da sua Qualidade de Vida, principalmente no domínio meio ambiente, com elevados índices de estresse. Além disso, alguns fatores foram determinantes de uma pior qualidade de vida, sendo os elevados níveis de estresse, a qualidade do sono ruim e a baixa carga horária semanal. Por fim, como produto técnico, será entregue um relatório técnico com os resultados desta pesquisa e a publicação em revista científica relacionada à temática.
Although the teaching profession enjoys great prestige, both from a scientific and social point of view, it is one of the professions most affected by stress, the effects of which compromise the physical and mental health of these professionals, with a direct effect on their quality of life. It is known that stress can affect people of all ages and can also generate impacts on the economic conditions of both employees and employers, as well as the State, with an increase in costs related to human, social and financial resources, given the greater susceptibility to illness. and the inherent risk of occupational absence due to work leave, medical treatment, disability retirement, changes in organizations' management processes and in the worker's private life. Thus, the National Occupational Health Policy and the Health Promotion Policy aim to create means capable of regulating and encouraging the adoption of a work environment that promotes physical, mental, economic and social well-being, reflecting, thus affecting the worker's quality of life.

Objective:

to evaluate quality of life (QoL) and stress among teachers at a private higher education institution. As secondary objectives, characterize the sociodemographic, health and work-related information among these teachers, as well as identify the relationship between the factors determining a worse quality of life.

Methods:

This is a cross-sectional, exploratory study with a quantitative approach, whose sample was composed of 119 volunteer teachers from all areas of knowledge from three units belonging to a private higher education institution. The WHOQOL-Bref instruments (to assess QoL), a sociodemographic, occupational and academic training questionnaire were used, in addition to the ESP-10 (to assess stress). After data collection, the information was transferred to Excel and, subsequently, to the Statistical Software for Social Science (SPSS) version 19.0, where we performed the descriptive analysis and calculations of numerical variables. To evaluate the factors associated with a worse quality of life, Pearson's chi-square tests were used in the univariate analysis and the binary logistic regression model in the multivariate analysis. The significance level considered is 5%. All ethical precepts established by Resolution no. 466/12 of the National Health Council will be respected and this study only began after approval by the UFMG Research Ethics Committee.

Results:

The majority of teachers were female (55.5%), aged between 21 and 64 years old, white (68.9%), with a partner (55.5%) and 64.7% had children. The average salary income was up to 2 minimum wages (43.7%), 55.5% were in the health sciences area and, finally, 47.9% had a master's degree. After multivariate analysis, it was found that the chance of having a worse quality of life was significantly higher for teachers who work up to 6 hours a week, who had poor/regular quality of sleep (OR=3.44; 95% CI 1. 44-8.20) and high stress (OR=2.86; 95% CI 1.10-7.42). Furthermore, teachers with a workload of more than 15 hours had a lower chance of low quality of life (OR=0.26; 95% CI 0.09-0.77) than those with a workload of up to 6 hours.

Conclusion:

Teachers have an unsatisfactory assessment of their Quality of Life, especially in the environmental domain, with high levels of stress. Furthermore, some factors were determinants of a worse quality of life, including high levels of stress, poor quality of sleep and low weekly working hours. Finally, as a technical product, a technical report will be delivered with the results of this research and publication in a scientific journal related to the topic.

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