Esse trabalho teve por objetivo discutir o papel da Gerência de Território no contexto do atual modelo de saúde Recife em Defesa da Vida, o qual é norteado pela busca da promoção à saúde e da produção de subjetividade através de processos coletivos e democráticos na perspectiva de um Sistema Único de Saúde mais humano e resolutivo. Como marco teórico-conceitual norteador, adotamos os conceitos de modelos assistenciais em saúde, em especial o modelo Em defesa da Vida de Campinas que subsidiou o modelo Recife em Defesa da Vida e dois de seus dispositivos, o matriciamento e o apoio institucional. A metodologia adotada foi o estudo de caso único, o qual se justifica, segundo Yin, em fenômenos complexos, recentes e pouco estudados, tal como o papel da gerência de território no atual modelo Recife em Defesa da Vida. O estudo considerou que os dispositivos de matriciamento e apoio institucional potencializaram a ação da gerência de território e por outro lado apontou a necessidade de viabilizar uma equipe gestora local com referências territoriais onde o gerente de território exercesse a função de articulador dessa equipe na produção do cuidado da saúde da população sobre sua responsabilidade.Para exercer o papel de articulador da gestão territorial foram identificados alguns elementos essenciais para a gerência de território, entre eles o domínio de conceitos e princípios que sustentam a prática dessa gestão, uma estrutura organizacional que garanta uma equipe de trabalho e maior autonomia financeira, uma adequação do processo de trabalho da gestão valorizando os diversos espaços e dispositivos ofertados pela atual gestão, garantindo prioridade na agenda e metodologia adequada para cada um desses espaços a partir dos atores envolvidos e de seus objetivos (AU).