Publication year: 2024
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Mestre. Leader: Souza e Silva, Nelson Albuquerque de
Introdução:
Desde o surgimento da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), a
influência de fatores clínico-laboratoriais-radiológicos foi prontamente reconhecida. No
entanto, dados socioeconômicos não receberam inicialmente a devida atenção, sendo a
escolaridade, em particular, uma lacuna persistente na literatura médica.
Objetivos:
Verificar a associação entre escolaridade com morbimortalidade intra-hospitalar
em pacientes internados por COVID-19 em uma unidade de saúde pública e outra instituição privada na cidade do Rio de Janeiro.
Métodos:
Por meio de coorte retrospectiva, foram analisados prontuários de pacientes
internados com COVID-19 documentado por RT-PCR em duas unidades hospitalares do Rio de Janeiro entre março e julho de 2020. Dados clínicos e sociodemográficos foram
correlacionados com desfechos. A análise estatística foi realizada no Stata V.18, utilizando
testes do qui-quadrado, exato de Fisher, Wilcoxon-Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e
regressão logística multivariada. A sobrevida pós-alta foi avaliada por curvas de KaplanMeier.
Resultados:
Foram selecionados 481 pacientes, dos quais 361 foram incluídos na análise. A mediana de idade foi de 66 anos, 54,6% eram homens, e 21,9% não sobreviveram à
internação. Ensino médio ou superior foi identificado em 61,2% dos pacientes, enquanto
11,4% não possuía escolaridade. A mortalidade hospitalar foi de 29,3% para os pacientes
sem escolaridade e 14,9% no grupo com ensino superior (p=0,007). Idade, internação em
UTI, elevação de troponina e escolaridade igual ou maior ao ensino médio (OR 0,27; IC95% 0,13-0,54; p<0,001) foram preditores independentes de sobrevida hospitalar.
Conclusão:
Escolaridade apresenta-se como determinante social com valor prognóstico
independente significativo em pacientes internados por COVID-19.(AU)
Introduction:
Since the emergence of the disease caused by the novel coronavirus (COVID19), the influence of clinical, laboratory, and radiological factors has been promptly
acknowledged. However, socio-economic data were not initially recognized, with
educational attainment remaining a gap in the literature.
Objectives:
To verify the association between educational status and in-hospital outcomes
among patients hospitalized for COVID-19 admitted to a public health institution and a
private hospital in Rio de Janeiro, Brazil.
Methods:
A retrospective cohort study was conducted by analyzing medical records of
patients hospitalized with COVID-19 confirmed by RT-PCR in two hospitals in Rio de Janeiro between March and July 2020. Clinical and sociodemographic data were correlated with outcomes. Statistical analysis was performed using Stata V.18, employing chi-square and Fisher's exact tests, Wilcoxon-Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, and multivariate logistic
regression. Post-discharge survival was evaluated using Kaplan-Meier curves.
Results:
A total of 481 patients were selected, of whom 361 were included in the analysis.
The median age was 66 years, 54.6% were male, and 21.9% did not survive hospitalization.
High school or higher education was identified in 61.2% of patients, while 11.4% had no
formal education. Hospital mortality was 29.3% for patients with no formal education and
14.9% in the group with higher education (p=0.007). Age, ICU admission, elevated troponin
on admission, and education level of high school or higher (OR 0.27; 95% CI 0.13-0.54;
p<0.001) were independent predictors of in-hospital survival.
Conclusion:
Education level emerges as a significant independent social determinant with
prognostic value in patients hospitalized for COVID-19.(AU)