Publication year: 2024
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Carvalho, Werther Brunow de
Introdução:
Define-se sepse pela resposta sistêmica a uma doença infecciosa, independente do seu agente etiológico. Sua manifestação pode ocorrer em diferentes estágios clínicos de um mesmo processo fisiopatológico e é a maior causa de óbito na pediatria. A presença de uma variabilidade de apresentações clínicas torna o seu diagnóstico difícil em pediatria, havendo poucos estudos sobre a dificuldade de implantação de protocolos sobre sepse em pediatria nos países em desenvolvimento. Objetivos:
Analisar a adesão ao protocolo de atendimento inicial em pediatria, analisar os pacientes pediátricos com diagnóstico de sepse ou choque séptico, em um hospital pediátrico privado do município de São Paulo. Método:
Estudo de coorte retrospectivo realizado por meio da análise do banco de dados dos prontuários dos pacientes (faixa etária até 17 anos 11 meses e 29 dias) com diagnóstico de sepse ou choque séptico, internados no período de 01 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2021. Resultados:
Dos 698 pacientes incluídos no estudo, foram abertos corretamente 661 protocolos. Destes, 84,1% foram abertos no pronto-socorro e 15,9% nas unidades de internação ou de terapia intensiva (p <0,001). Observou-se que em 94,7% dos casos analisados foi realizada a abertura do protocolo corretamente e destes, a maior parte realizada no pronto-socorro. Em 33,7%, o foco principal foi o CID respiratório, os painéis virais tiveram 85,2% de positividade e as hemoculturas 91,4% de negatividade. A taxa de mortalidade dos pacientes analisados foi de 2,6%. Conclusões:
A implantação de um protocolo de sepse eficaz depende de investimentos em educação continuada para profissionais de saúde, desenvolvimento de fluxos específicos para a sepse pediátrica, melhoria no acesso aos cuidados de saúde, especialmente em áreas rurais e desfavorecidas, e promoção de conscientização pública sobre os sinais de alerta e a importância do tratamento precoce. Essas iniciativas são fundamentais para reduzir a morbidade e mortalidade associadas à sepse em crianças e melhorar a qualidade de vida dos pacientes pediátricos afetados.
Introduction:
Sepsis is defined as the systemic response to an infectious disease, regardless of its etiological agent. Its manifestation can occur in different clinical stages of the same pathophysiological process and is the biggest cause of death in pediatrics. The presence of a variability of clinical presentations makes its diagnosis difficult in pediatrics, with few studies on the difficulty of implementing protocols on sepsis in pediatrics in developing countries. Objectives:
Analyze the challenges for early recognition of sepsis, adherence to the initial care protocol in pediatrics, analyze pediatric patients diagnosed with sepsis or septic shock, in a private pediatric hospital in the city of São Paulo. Method:
A retrospective cohort study conducted by analyzing the medical records database of patients (aged up to 17 years, 11 months, and 29 days) diagnosed with sepsis or septic shock, admitted from January 1st, 2018, to December 31st, 2021. Results:
Of the 698 patients included in the study, 661 protocols were correctly initiated. Of these, 84.1% were initiated in the emergency department and 15.9% in inpatient or intensive care units (p <0.001). It has been stablished that in 94.7% of cases analyzed, the protocol initiation was done correctly, with the majority initiated in the emergency department. Respiratory infections were the primary focus in 33.7% of the cases; viral panels showed 85.2% positivity, and blood cultures showed 91.4% negativity. The mortality rate among the analyzed patients was 2.6%. Conclusions:
The implementation of an effective sepsis protocol depends on investments in continuing education for healthcare professionals, development of specific pathways for pediatric sepsis, improvement in access to healthcare, especially in rural and disadvantaged areas, and promotion of public awareness about warning signs and the importance of early treatment. These initiatives are crucial for reducing morbidity and mortality associated with sepsis in children and improving the quality of life of affected pediatric patients.