A Organização Mundial de Saúde considera o cuidado com os transtornos mentais como um dos fatores importantes para a longevidade e qualidade de vida. Neste sentido, a formação dos profissionais que atendem a população na porta de entrada da saúde e responsáveis pelo cuidado longitudinal, que é a Atenção Primária (APS), torna-se prioridade para reduzir a lacuna de cuidados e fornecer uma assistência mais eficiente a partir da construção de uma rede de cuidados integrada em saúde mental (SM). Este estudo realizado no período de janeiro de 2014 a maio de 2019, teve como objetivo analisar um modelo de capacitação em saúde mental na atenção primária por meio da Educação à Distância– EaD. Para atingir o objetivo delimitado foi utilizada a modalidade quase experimento, por meio de dois tipos de avaliação: efetividade (adesão e participação) e aprendizagem (questionários de múltipla escolha e avaliação por pares) no curso em 170 profissionais dos Estados do Maranhão, Rio de Janeiro e Região Amazônica.

Resultados:

O matriciamento enquanto modelo brasileiro de cuidados colaborativos ainda é desconhecido em grande parte das regiões. A importância do cuidado em SM como parte do cuidado integral, precisa ser fortalecida e o olhar dos gestores de saúde precisa ser ampliado para a inclusão desse cuidado na APS, construindo uma rede assistencial com profissionais em condições para essa abordagem. A avaliação por pares mostrou-se significativa e efetiva na instrução da abordagem em SM na APS, evidenciando uma mudança de atitude dos profissionais diante dos problemas de SM e abordagem integral do cuidado. O EaD aliado as metodologias problematizadoras, mostrou ser uma ferramenta importante de integração e de capacitação dos profissionais, um espaço de discussão e troca de experiências. Com base nos resultados destaca-se a importância do uso do EaD no processo formativo em larga escala dos profissionais da APS para a abordagem em saúde mental, do cuidado integrado e o uso das aprendizagens ativas nesse tipo de qualificação