Avaliaçäo antropométrica do impacto nutricional de um programa de suplementaçäo alimentar
Publication year: 1987
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Nutriçäo to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Säo pouco frequentes avaliaçöes das atividades de suplementaçäo alimentar desenvolvidas em vários países do globo. A análise das informaçöes disponíveis demonstra que a suplementaçäo alimentar näo tem promovido melhoras significativas nas condiçöes nutricionais de pré-escolares. As avaliaçöes dos programas existentes no Brasil, há cerca de 12 anos, parecem apontar para o mesmo sentido. Esse estudo analisa o efeito de um programa de suplementaçäo alimentar dirigido a pré-escolares, que distribui, mensalmente, alimentos formulados e suficientes para suprir vinte por cento das necessidades nutricionais do grupo assistido. Utiliza-se para isso um delineamento tipo "antes-depois", em que 1103 crianças menores de 3 anos, säo obeservadas ao entrarem no programa e seis meses após o seu início. A análise dos dados antropométricos é realizada a partir de três procedimentos. No primeiro deles, compara-se o perfil nutricional do grupo estudado ao entrar no programa e após seis meses de suplementaçäo. No segundo, analisam-se as mudanças de categorias quintilares durante o período de suplementaçäo alimentar. No terceiro, estudam-se as diferenças de escores 7 corrigidos e referentes aos seis meses de acompanhamento. Em todas análises, säo estudadas, como variáveis intervenientes, a idade ao entrar no programa, o estado nutricional ao entrar no programa, a freqüência a serviços de puericultura a renda familiar per-capita e a ocupaçäo da mäe. Os resultados demosntram que ocorre um processo de deterioraçäo do estado nutricional das crianças, quando na medida em que ficam mais velhas, estäo mais expostas às condiçöes adversas do ambiente em que vivem. Tal processo tem início no segundo semestre, agravando-se no segundo ano e tendendo a estabilizar-se no terceiro ano de vida. Crianças com freqüência "regular" a serviços de puericultura e pertencentes à faixa superior de renda familiar per-capita, apresentam melhores condiçöes nutricionais ao entrar no programa. A comparaçäo dos perfis nutricionais ao entrar e após seis meses, demonstra que a suplementaçäo alimentar näo é suficiente para reverter o processo de deterioraçäo do estado nutricional que acompanha o "envelhecimento" da populaçäo de pré-escolares. A análise das mudanças quintilares e as diferenças dos escores 7 corroboram esse achado. Nesses dois procedimentos, evidencia-se ainda que crianças, que entram no programa com piores condiçöes nutricionais säo as que mais se beneficiam da suplementaçäo. Tal associaçäo é man