Este trabalho tem como objetivo principal o estudo dos fatores que influenciam no hábito alimentar das crianças de 0 a 4 anos de idade, nas diversas fraçöes de classes, comparando-se com o estado nutricional das mesmas. A populaçäo de estudo compöe-se de 109 crianças, de 0 a 4 anos, correspondentes da 72 famílias, sendo distribuídas em quatro fraçöes de classes distintas, dotadas de suas características específicas, principalmente no que se refere ao modo de inserçäo da família no processo produtivo. Com base nos dados obtidos através da aplicaçäo dos questionários e das entrevistas dirigidos às pessoas responsáveis pela alimentaçäo da criança, foi possível efetuar algumas análises estatísticas e a interpretaçäo dos discursos apresentados pelos informantes. A caracterizaçäo da populaçäo estudada revela uma condiçäo favorável de existência material para a classe da pequena burguesia como também para uma parcela da classe de trabalhador produtivo. E, em contrapartida, revela uma escassez, em termos sócio-econômicos, para a fraçäo de classe compreendida pelo exército Industrial de Reserva. O nível de consumo alimentar em termos quantitativos e qualitativos foi observado em melhores condiçöes na classe da pequena burguesia, enquanto que a deficiência ficou evidente no Exército Industrial de Reserva. As outras duas fraçöes de classe trabalhador produtivo e de serviços, conseguem manter certo nível de consumo alimentar de boa qualidade, por apresentarem maior estabilidade e melhor nível de aquisiçäo em termos materiais, se comparados `a outra fraçäo. Quando este aspecto foi comparado com o estado nutricional das crianças estudadas, a associaçäo tornou-se estatisticamente significante. O trabalho mostra algumas indicaçöes que possivelmente serviräo de base para o aprofundamento posterior de outros estudos, porém pode-se concluir que o perfil de hábito alimentar observado nos vários estratos sociais demonstra uma raiz cultural e é influenciada quase que exclusivamente pela condiçäo objetiva de existência da populaçäo e esta, pela forma de inserçäo da família na estrutura do processo produtivo