O presente trabalho pretendeu estudar as taxas de mortalidade fetal, neonatal e perinatal no HCFMRP e as causas da mortalidade fetal e neonatal, por necrópsias, bem como suas relaçöes com fatores como peso ao nascer e idade do óbito. Procedeu-se, entäo `a revisäo dos prontuários clínicos de todas as crianças que foram a óbito com até 27 dias completos de vida e das mäes que deram `a luz a fetos mortos neste hospital, no período de 1973 a 1982. Também foram revistos todos os relatórios de necrópsia feitos nestas crianças. Para o cálculo das taxas de mortalidade foram utilizadas apenas as crianças nascidas no HCFMRP, enquanto que, para o estudo das causas, apenas as que tinham relatório completo de necrópsia independente do local de nascimento. As taxas de mortalidade apresentaram tendência `a elevaçäo até 1976, com queda rápida de seus níveis de 1976 a 1980 e posterior desaceleraçäo nos anos de 1981 e 1982. Concomitantemente vários outros fatores aconteceram tanto intra como externamente ao HCFMRP, o que determinou que se dividisse em três períodos de estudo. Näo houve diferença estatisticamente significativa entre as causas, peso ao nascer e idade no óbito, tanto para nativivos como para natimortos, quando vistos isoladamente dentro dos três períodos, porém, quando se relacionam entre si, estes fatores, de maneira geral, apresentam diferenças estatisticamente significativas. Quando acompanhadas no suceder dos períodos estas diferenças tendem a se modificar. As causas mais freqüentes foram a rematuridade e as causas obstétricas para as mortes neonatais e a causa indeterminada e as causas obstétricas para as mortes fetais. As melhorias de ordem física, tecnológica e aperfeiçoamento do pessoal devem ser os responsáveis pela reduçäo nas taxas de mortalidade no HCFMRP porém, a deterioraçäo das condiçöes de vida da populaçäo deve ter aumentado...