Motivados pela participaçäo maciça da Diarréia Aguda no coeficiente de mortalidade infantil e na demanda dos serviços de Saúde, fomos buscar dados para uma avaliaçäo dos cuidados médicos ambulatoriais em um serviço de ensino e pesquisa, que é um hospital-escola. Foi feito um levantamento das fichas de atendimento do Setor de Pediatria da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto, em um trimestre de 1983 (março/abril/maio): dos 7274 atendimentos a crianças de zero a doze anos, 913 (novecentos e treze) foram casos de Diarréia Aguda, sendo 810 (oitocentos e dez) atendimentos em ambulatorio de 103 (cento e três) internaçöes.

Algumas características da populaçäo de crianças com Diarréia foram estudadas:

maioria procedente de Ribeiräo Preto com discreto predomínino do sexo masculino e maior freqüência de casos na faixa etária de zero a dois anos. O uso do laboratório, no atendimento a nível ambulatorial foi restrito aos casos mais graves, como complemento ao diagnóstico clínico; mas, nos casos de enfermaria, os exames laboratoriais foram usados para todos os casos. O uso de antibióticos se relacionou aos casos de diarréia aguda de modelo infeccioso e/ou com infecçöes concomitantes extraintestinais. O estado de hidrataçäo foi a característica clínica determinante do tipo de atendimento, dele decorrendo os cuidados médicos indicados na diarréia aguda infantil. Sistematizando-se o atendimento `a diarréia aguda, pode-se melhorar o sucesso dos cuidados médicos em prevenir e combater as complicaçöes, mas sem esquecer que, para reduzir as taxas de morbi-mortalidade por diarréia aguda säo necessárias soluçöes políticas que visem `a melhoria do padräo de saúde das comunidades pobres