O estudo da flora medicinal ocupa, na atualidade, espaço de grande evidência, no campo das pesquisas médicas. A fundaçäo SESP, sempre alerta para uma plena utilizaçäo das oportunidades de ampliaçäo dos seus instrumentos de açäo, näo poderia deixar de também aderir a conjugaçäo de esforços para resgate desse material. Para tanto, numa primeira etapa e a título de reconhecimento de terreno, promoveu uma pesquisa dirigida as pequenas comunidades rurais e periféricas servidas por suas unidades elementares, sabiamente depositárias de um rico acervo de práticas fitoterápicas empíricas, preservadas pela tradiçäo e folclore. A área elegida para este estudo congregava, na época, 373 pequenas localidades servidas, cada uma, por unidade elementar de saúde. Foram ouvidas 6.220 famílias, selecionadas por amostragem, as quais se perguntou, basicamente, sobre nome de plantas de uso habitual e/ou potencial, a suposta indicaçäo terapêutica e a parte da planta utilizada. As localidades foram distribuidas em 4 grandes regiöes, com base em critérios de ordem botânico-climática: Amazônia Legal, Sertäo-Nordeste, Zona da Mata-Nordeste e Sudeste. Mesmo considerando a expectativa existente, näo deixou de surpreender a magnitude e abrangência dos resultados obtidos, muito bem traduzidos pelos dados apresentados nesta publicaçäo. Nas famílias contactadas, por regiäo, foram encontrados os seguintes percentuais de respostas afirmativas: 86,25, na Amazônia Legal; 92,14, no Sertäo Nordeste; 89,16, na Zona da Mata,Nordeste; e 93,86, no sudeste. No total geral, de 6220 familias inquiridas, 89,73% confirmaram o uso de plantas com fins terapêuticos. Estes resultados referendam a linha de açäo seguida pela CEME quanto a definiçäo de prioridades com vistas a comprovaçäo de efeitos terapêuticos e tóxicos de um grupo pré-estabelecido de plantas de uso já consagrado na medicina popular. As espécies selecionadas säo coletadas em mercados públicos, feiras-livres, áreas rurais e em outros locais...