Aspectos epidemiológicos e anatomopatológicos de doença de Hodgkin
Publication year: 1988
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto to obtain the academic title of Mestre. Leader:
A doença de Hodgkin foi analisada em 190 pacientes, no período de 1954 a 1984, sendo 178 casos de biópsia, 2 casos de autópsias do HC da FMRP-USP e 10 casos de autópsias da sala de verficaçäo de óbitos do Departamento de Patologia da FMRP-USP, propiciando uma investigaçäo retrospectiva dos aspectos epidemiológicos e anatomopatológicos da linfoma. A doença de Hodgkin mostrou freqüência etária trimodal, com predomínio em jovens e tendo como subtipo histopatológico mais comum a forma celularidade mista (36,3%). A relaçäo de homens para mulheres foi de 2,7:1, sendo a raça branca mais acometida que a parda, e esta mais que a negra, na populaçäo dos pacientes atendidos pelo Hospital das Clínicas. As influências climáticas investigadas através da temperatura e do índice pluviométrico mostraram haver uma tendência a maior incidência da doença nos meses mais frios e mais secos. Alguns aspectos clínicos foram pesquisados nos prontuários médicos dos pacientes. Entre os sinais e sintomas iniciais da doença de Hodkin apresentaram maior freqüência, o aumento de nódulos linfáticos cervicais (46,2%) e a febre (32,4%). A malária apareceu como antecedente mórbido mais constante (7,2%), enquanto as pneumonias bacterianas (14,4%), a anílostomose (13,0%), o zoster (10,1%) e a estrongiloidose (9,4%) foram as doenças correlatas mais comuns. Autópsias foram realizadas em 40 dos dos 190 casos e a principal causa de morte foi determinada pela disseminaçäo neoplásica (47,5%), sendo a depleçäo linfocitária (65%) a forma histopatológica mais encontrada. O comprometimento de linfonodos foi verificado em 100% dos casos, vindo a seguir o baço (87,5%), o fígado (77,5%) e os pulmöes (35,0%). Em 28 das 40 autópsias com biópsia prévia no hospital das Clínicas, 16 (57,2%) mostraram evoluçäo para formas histológicas mais agressivas da doença. A sobrevida média de 44 pacientes mortos pelo linfoma foi de 23,9 meses e a avaliaçäo da sobrevida em funçäo do tratamento pelo MOPP, em 46 pacientes falecidos com diferentes modalidades de terapia, mostrou-se estatísticaemente significante, quando comparada com o tratamento sem o MOPP