A mulher, o tempo e a morte: um estudo sobre envelhecimento feminino no Brasil e na Nigéria

Publication year: 1987
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Com o propósito de refletir sobre o envelhcimento humano em geral e o feminino em particular, entrevistou mulheres brasileiras (Säo Paulo/SP) e nigerianas-yorubás (Abeokuta/Ogum State).

A questäo que serviu de mola propulsora a esta busca foi a seguinte:

"A concepçäo que uma mulher tem da vida post-mortem afeta sua postura ante o próprio envelhecimento?". A imagem de homem que norteia este estudo é oriunda da contribuiçäo de Rudolf Steiner, o fundador da Antropologia. As reflexöes puderam ser significativamente enriquecidas pelas contribuiçöes de Pichón-Riviere, Goffman, Christopher Lasch e Lin Yutang. O procedimento metodológico fundamentou-se nas contribuiçöes de Devereux e Bleger. Realizou entrevistas abertas, conduzidas por um casal de entrevistadores - um yorubá e uma brasileira, com supervisäo de uma psicóloga. Foram entrevistadas seis mulheres brasileiras e seis nigerianas com idade variando na faixa dos quarenta e oito anos aos sessenta e dois anos, pertencentes a famílias de médio poder aquisitivo, com escolaridade primária ou secundária e residentes em zona urbana. Havia entre elas diversidade de crencas a respeito do destino humano após a morte. Também foram entrevistados profissionais - cinco brasileiros e quatro nigerianos - que atuavam junto a mulheres e que tinham, entäo, oportunidade de acompanhar processos de envelhecimento feminino. Seguindo a sugestäo de Devereux de utilizar dados da intersubjetividade para a compreensäo do fenômeno estudado, incluiu como dados de relevante importância as imagens que emergiram nos entrevistadores, imagens associadas aos relatos biográficos durante o trabalho com tais relatos. Näo apresentaram conclusöes suscitantes, já que o objetivo era a reflexäo. Enfatizou que a crença na imortalidade favoreceu uma postura de serena tranquilidade frente a morte e ao processo do próprio envelhecimento, enquanto a ausência dessa crença favoreceu uma postura de inquietaçöes, insegurança, tristeza, desanimo, ansiedades, angustias chegando as vezes as raias do desespero...

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