Objetivou levantar hipóteses sobre a etiologia de possíveis problemas emocionais, relacionados a formaçäo de personalidade do cardiopata congênito e as experiencias vivenciadas no curso da cardiopatia. Foram realizados 121 estudos de casos, com pacientes de diversas idades e seus genitores. Os pacientes estavam submetidos a tratamento médico da cardiopatia, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (Säo paulo - Brasil). O estudo evidenciou que as cardiopatias congênitas ocasionaram ferida narcísica nas mäes, que näo aceitavam o fato de terem dado a luz um filho cardiopata. Nas atitudes e no comportamento materno em relaçäo ao filho interagiam, dinamicamente, a rejeiçäo inconsciente da criança, a culpa e a superproteçäo, de forma a influir no desenvolvimento da personalidade e ajustamento. As mäes e os pacientes tiravam proveitos emocionais da cardiopatia e näo se encontravam emocionalmente preparados para enfrentar as implicaçöes da nova condiçäo orgânica, obtida pela cirurgia, que confere a normalidade física.

Dois momentos na história natural da cardiopatia congênita:

a revelaçäo do diagnóstico e a indicaçäo de cirurgia, adquirem importância, pelo efeito psicopatogênico e por predispor ao abandono do tratamento médico, com consequências que podem influir na própria evoluçäo do quadro orgânico. O estudo revelou aspectos tais que demonstraram ser o tratamento multidisciplinar indispensável na cardiopatia congênita e traçou estratégias preventivas, de aplicaçäo no contexto institucional