O carcinoma gástrico foi investigado através de exames necroscópicos realizados no Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeiräo preto da Universidade de Säo Paulo no período de abril de 1954 a dezembro de 1977 e de exames biópticos efetuados nos três laboratórios de histopatologia existentes na Cidade de Ribeiräo Preto no período acima referido.
Aspectos epidemiológicos e morfológicos foram abordados e chegamos às seguintes conclusöes:
1.1 As neoplasias gástricas ocupam o primeiro lugar entre aquelas que atingem o tubo digestivo, sendo o carcinoma o que mais se destaca. Sua incidência real em nossa populaçäo, embora tenha sido reconhecidamente alta, näo está bem determinada. O preenchimento indequado dos atestados de óbito é um dos fatores limitantes para qualquer estudo epidemiológico em nosso meio. Por outro lado, o atendimento à saúde pública e as condiçöes culturais da populaçäo precisam atingir níveis suficientes a fim de que tal estudo possa ser levado a efeito. 2. Incidência Quanto ao Sexo; 2.1. O carcinoma gástrico incide mais no sexo masculino do que no sexo feminino e em proporçöes semelhantes às relatadas na literatura. Esta proporçäo, embora näo se tenha modificado ao longo do período por nós investigado, mostrou-se variável de acordo com a idade dos indivíduos, aumentando à partir dos 20 anos, até atingir o clímax na sexta década e declinar após. 3. Incidência Quanto à Idade; 3.1. A idade média dos indivíduos portadores de carcinoma gástrico é maior na populaçäo dos necropsiados do que de biopsiados. Esta diferença pode significar o tempo médio da evoluçäo da doença desde o diagnóstico até a morte. 3.2. A idade média e modal dos nossos pacientes com câncer gástrico é ligeiramente inferior áquelas obtidas nos países europeus. Possivelmente além das condiçöes mutricionais uma exposiçäo uma exposiçäo mais intensa e prolongada a agentes carcigênicos podem ser as causas desta diferença...