Vivências da velhice: identidade e aposentadoria

Publication year: 1990
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Estudo empírico indutivo, que verificou como foi percebida a velhice e aposentadoria, e os estados subjetivos que tais fatos sugeriram incialmente realizou entrevistas semi-estruturadas com sete professoras aposentadas. A análise revelou que a velhice é uma fase crítica e a aposentadoria um fato traumático. Nossas entrevistadas percebiam-se marginalizadas, ressentidas pelas perdas sofridas e falaram do medo e da solidäo, e da ausência de perspectivas futuras. Como tais dados elaborou um instrumento de pesquisa que foi aplicado a uma populaçäo de cem indivíduos, sorteados aleatoriamente, e distribuídos entre cinco faixas etárias com a idade variando entre dezoito e oitenta e dois anos. Constatou entre os aposentados com mais de cinqüenta e nove anos, a reduçäo da auto-estima e da possibilidade de realizaçäo de açäo e notou a dificuldade destes em reorganizar-se e constituir novos valores nesta etapa de sua vida. Entre aqueles com menos de cinqüenta e nove anos, verificou-se a presença do conflito, através do qual o indivíduo expressa suas dificuldades em relaçäo aos aspectos investigados. Qualquer intervençäo clínica a nível terapêutico ou preventivo, näo podia ignorar o confronto entre o estereótipo de uma velhice tranqüila e feliz, e a realidade vivenciada. Pois embora acreditemos que o indivíduo possa continuar a desenvolver-se, mesmo nesta etapa da vida, verificou-se que os aspectos investigados säo difíceis de lidar e percebidos negativamente pela populaçäo em questäo. Espera-se que tais resultados possam mobilizar o interesse de outros pesquisadores para este segmento da populaçäo. Gostaríamos que investigassem mais amplamente os fatores que possibilitam uma velhice mais satisfatória e assegurem uma maior integraçäo destes indivíduos à comunidade

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