Este trabalho foi realizado no município de Sao Gonçalo, da regiao metropolitana do Grande Rio, onde fez-se uma revisao da história do município, uma análise epidemiológica/operacional sobre a morbidade da hanseníase através de uma série histórica (1967-1987). O Sistema de Informaçao Local permitiu um planejamento adequado para um inquérito epidemiológico e sócio-econômico. Observamos que os indicadores encontrados nos indicadores epidemiológicos mostraram que Sao Gonçalo é uma área endêmica de hanseníase com tendência ascendente. O mapeamento dos casos notificados mostrou-se um método válido para a identificaçao dos focos e indica que a distribuiçao espacial dos casos é coincidente com a urbanizaçao deste município. O inquérito epidemiológico realizado em 926 domicílios com um total de 3540 visitas domiciliares nos apontou uma boa aceitabilidade à prova intradérmica com o antígeno solúvel em área urbana. A prevalência do grupo de contatos intradomiciliares foi 2 vezes maior em relaçao aos nao contatos de casos de hanseníase conhecidos. Realizamos uma análise das características dos domicílios como espaço de reproduçao social e dos chefes de família como categoria ao nível individual. Os resultados foram obtidos através do processamento das variáveis contidas nos questionários domiciliares e analisados segundo um modelo de regressao logística. O pareamento dos domicílios de doentes e das características dos chefes de família com seus vizinhos nos conduz à constataçao de que sao fatores de risco a idade e o grau de escolaridade. A comparaçao entre os domicílios com casos e aqueles fora dos focos revelou que os chefes das famílias de domicílios com doentes sao mais idosos e as habitaçoes sao mais precárias