Epidemiologia do consumo de medicamentos em criancas de Peloatass, RS, Brasil (remedio nao e brinquedo)

Publication year: 1991
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O objetivo do presente estudo foi investigar os padroes de consumo de medicamentos em uma coorte de 4746 criancas urbanas e a influencia de variaveis socio-economicas, biologicas e de utilizacao de servicos de saude. O delineamento do estudo foi transversal, aninhado em um estudo longitudianal. Foi encontrada uma alta prevalencia de consumo de medicamentos nas criancas (56%) e um alto indice de combinacoes irracionais de tres ou mais farmacos (31% dos medicamentos). Dez por cento das criancas consumiam medicamentos cronicamente (diariamente por um mes ou mais). Aspirina, vitaminas com sais minerais e associacoes antigripais foram, os medicamentos mais utilizados. Os principais motivos do consumo eram gripe, febre e falta de apetite, sendo este ultimo o principal motivo de onsumo cronico e de combinacoes. Em relacao a classe social, a pequena burguesia tradicional e o proletariado nao tipico consumiam 45% mais combinacoes do que as criancas do subproletariado. As criancas classificadas no V quintil de renda familiar, consumiam 14% mais medicamentos, 86% mais combinacoes e 42% mais medicamentos cronicamente do que as do I quintil. O consumo cronico entre as meninas era 18% menor em relacao aos meninos. As criancas com dois ou mais irmaos mais velhos consumiam 12% menos medicamentos que os primogenitos. Para combinacors este valor era 17% e para o consumo cronico 37%. As criancas amamentadas ao seio por um ano ou mais consumiram 48% menos medicamentos cronicamente do que as criancas que nunca mamaram. As criancas desnutridas em termos de peso/idade consumiam 30% mais medicamentos do que as eutroficas. Para o consumo de combinacoes esse valor alcancava 37%. As criancas que consultaram quatro vezes ou mais nos tres meses anteriores a entrevista, consumiam duas vezes mais medicamentos e combinacoes do que as criancas que nao consultaram. Para o consumo cronico este indice aumentava para quase quatro vezes. Sao discutidos os determinantes dessa intensa medicalizacao e apresentadas recomendacoes gerais e especificas no sentido de reverter este quadro preocupante

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