Saneamento básico: levantamento das condiçöes sanitárias na área do Polonoroeste de Mato Grosso
Publication year: 1989
A construçäo da rodovia BR-364, ligando Cuiabá a Porto Velho, gerou um enorme fluxo migratório em direçäo ao noroeste de Mato Grosso. Este deslocamento humano ensejou o aparecimento de inúmeras comunidades. A Universidade Federal de Mato Grosso, através do seu Departamento de Engenharia Sanitária, promoveu, a partir de 1987, um levantamento das condiçöes de saneamento de cinco comunidades representativas desta regiäo, com a finalidade de se ter uma visäo da situaçäo atual, que poderá servir de suporte à correçäo e a futuros planejamentos em progrmas nas regiöes Centro-Oeste e Amazônica. De modo geral, o quadro sanitário local é bastante crítico. Na área rural, 98% da populaçäo näo conta com nenhum serviço de saneamento. De 280 comunidades, apenas 23 passaram a ter serviço de abastecimento de água. Estes pequenos sistemas, por falta de esclarecimento à comunidade, apresentam elevados índices de contaminaçäo por coliformes fecais; 180/100ml, em termos médios globais, devido ao uso inadequado da água nos domicílios, intermitência do sistema de abastecimento e ausência de uma açäo preventiva repreentada pela cloraçäo da água após sua captaçäo. A despeito da existência dos sistemas simplificados de abastecimento nestas comunidades, grande parte da populaçäo continua usando água dos poços domiciliares, que via de regra apresentam-se totalmente contaminados, com índices de coliformes fecais superiores a 9000/100ml, em termos médios globais. A dureza média da água, acima de 139mg/l CaCo3, tem levado grande parte da populaçäo a continuar usando a água mais contaminada dos poços residenciais, porém menos dura, 81mg/l CaCo3. Daqueles que utilizam só a do sistema público, mais de 35% apresentaram queixas de sintomas de problemas renais. Futuros programas de desenvolvimento deveräo levar em conta, além das tecnologias simplificadas de saneamento aplicáveis à regiäo, um zoneamento agroecológico que contemple apenas as atividades agroindustriais e de mineraçäo, que produzam o menor impacto possível ao sensível meio ambiente desta regiäo que é cabeceira da bacia do Pantanal Mato-grossense