Investiga a validade da abordagem do "handicap socio-cultural", segundo a qual o fracasso escolar dos alunos provenientes das camadas populares e atribuido ao desinteresse da familia pela educaçäo e rendimento das crianças na escola. Análisa a educaçäo familiar de crianças dessas camadas através da pesquisa das representaçöes de um grupo de pais e mäes, moradores da períferia urbana (Ibirite - MG), que se organiza e cria uma creche no bairro onde moram. Acompanha a trajetória do movimento e, posteriormente, realiza entrevistas com essas mulheres e seus maridos (15 sujeitos no total), a fim de conhecer o relacionamento deles com seus filhos e suas expectativas quanto a criaçäo dos mesmos. Conclui que os sujeitos pesquisadores apresentam uma concepçäo idealizada de educaçäo fortemente influenciada pelos valore e modos de vida urbana, que fica evidente nos eu envolvimento com a criaçäo e funcionamento da creche e em suas praticas discursivas. O discurso do desenteresse desses pais pela educaçäo dos filhos e pelo seu rendimento escolar näo é comprovado. Dessa forma, é necessário verificar até que ponto o fracasso escolar pode ser atribuido unicamente as condiçöes de vida das camadas populares. Sugere a elaboraçäo de projetos que viabilizem o acesso aos conhecimentos escolares pelas camadas populares, através do desenvolvimenhto do real potencial de suas crianças