Foram coletados e analisados dados sobre 335 óbitos por câncer em trabalhadores do sexo masculino maiores de 20 anos na indústria do petróleo brasileiro registrados entre julho de 1970 a junho de 1985 na Fundaçao Petrobrás de Seguridade Social - PETROS. As distribuiçoes dos óbitos segundo as variáveis, causa de morte (9a CID. segundo Certidoes de Obitos); ano de ingresso na empresa, tempo em atividade, funçao, departamento e órgao de lotaçao e Estado da Federaçao na data do afastamento; idade e ano do óbito, nao foram sugestivas de associaçoes entre a causa-mortis e as demais variáveis. A Razao de Mortalidade Proporcional (RMP) comparando a mortalidade entre petroleiros e brasileiros, com dados agregados por todo o período (70-85 para o Brasil), controlando-se a idade, revelou (com 95% de confiança) mortalidade "excessiva" entre os petroleiros para os cânceres do SNC (CID 192), outros linfo-histiocitários (CID 202) e do pâncreas. O câncer do esôfago e estômago apresentaram RMP menor que 100%. Se considerando o "efeito do trabalhador sadio" e aceito o limiar de 75% como valor neutro para a RMP, também os cânceres de pulmao, fígado, encéfalo e a leucemia mielóide passam a apresentar "excesso" de óbitos entre petroleiros, e nao pode mais ser considerada significativa a RMP encontrada para o câncer de estômago. Os dados foram considerados insuficientes para representar a história de exposiçao dos empregados aos agentes suspeitos, sendo indicados novos estudos de cálculos de taxas de mortalidade, com adequada definiçao da exposiçao aos agentes e das variáveis de confundimento