Descreve o comportamento da mortalidade infantil por diarréia no espaço do município do Rio de Janeiro no período de 1979 a 1988, enfocando a distribuiçao desigual nos sub-espaços articulados da cidade (áreas de planejamento-AP e regioes administrativas-RA), que se torna mais evidente à medida que a escala da unidade geográfica de análise diminui. Especificamente sao analisadas a magnitude e tendência dos respectivos coeficientes anuais (por mil nascidos vivos) e os possíveis condicionantes: saneamento, acesso a bens, alfabetizaçao, renda e fecundidade. As séries temporais dos óbitos mensais por diarréia em menores de um ano de idade foram decompostas para permitir a análise de seus componentes sazonal e residual. Os resultados mostraram que já no início do período a magnitude inicial era relativamente baixa nos sub-espaços da cidade, estando os maiores valores situados no intervalo entre 9 e 12 por mil nascidos vivos. Ao final dos dez anos de estudo o maior valor encontrado foi de aproximadamente 4, mantendo-se no entanto, um padrao desigual. O comportamento de descenso da MID mostrou-se heterogêneo, com taxas proporcionais de queda variando entre -0.06 a -0.62, mesmo entre áreas que apresentaram magnitudes iniciais semelhantes. Através de medidas de associaçao foi possível que as desigualdades das condiçoes de vida condicionam a magnitude da MID mas nao a velocidade de seu declíneo no período de estudo. Essa última parece estar condicionada por investimentos específicos e localizados, dependentes muito mais de conjunturas políticas do que de um processo de planejamento urbano, e que favorecem as populaçoes pontualmente no tempo e no espaço. O padrao sazonal referente ao período de 1979 a 1988 se caracteriza pela predominancia do componente de estaçao seca que expressa mais a transmissao respiratória, sugerindo uma reduçao do componente de estaçao chuvosa (transmissao fecal-oral), consequente a melhorias ambientais. O componente residual mostrou a presença de flutuaçoes frequentes de seus valores nao explicados pela tendência e sazonalidade, sugerindo um comportamento relativamente imprevisível de ocorrência de "clusters" de casos-óbitos. As transformaçoes impostas no espaço da cidade do Rio de Janeiro como consequencia do desenvolvimento tecnológico, perpetuam as desigualdades entre os seus residentes, condicionando o padrao em mosaico da distribuiçao da mortalidade infantil por diarréia. Os resultados mostraram a necessidade de analisar-se os óbitos inf