A partir do ano de 1985, o Município de Niterói, vem desenvolvendo atividades propugnadas pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), do Ministério da Saúde. Influenciado pelas idéias feministas, o PAISM enfatiza o resgate do papel de sujeito da mulher usuária dos serviços, no cuidado da saúde. Para alcançar os objetivos de promover Atençao Integral à Saúde, entendida em seus determinantes físicos, psíquicos e sociais, ao longo de todas as fases da vida da mulher, o PAISM valoriza as práticas educativas pautadas em metodologia participativa e incorpora como proposta atividades reflexivo-vivenciais em grupos. Estes grupos permitem as mulheres usuárias, além de aprenderem novos conteúdos de interesse no cuidado da saúde, reelaborarem antigas experiência e entendimentos de forma coletiva, com a inclusao dos aspectos afetivos envolvidos no aprendizado. Com o processo de municipalizaçao e distritalizaçao dos serviços de saúde, novo impulso foi obtido pelo PAISM no Distrito Sanitário Centro-Sul (DSCS). A partir do trabalho pioneiro do Centro de Saúde Santa Rosa, e mediante promoçao de treinamento para profissionais interessados, quatro novas unidades de saúde do DSCS implementaram ou reforçaram atividades propostas pelo Programa. A pesquisa buscou investigar o entendimento dos profissionais de saúde engajados no trabalho do PAISM, acerca do processo de implantaçao e desenvolvimento do Programa e seus determinantes, e os entraves ao pleno desenvolvimento da proposta. Com base em entrevistas com profissionais que trabalham nas unidades que desenvolvem práticas educativas em grupos, buscou-se discutir os objetivos destes profissionais ao participarem de atividades de grupos, e avaliar como estes profissionais entendem as relaçoes profissionais de saúde e mulheres usuárias. Também as relaçoes de gênero na sociedade atual foram objeto de investigaçao, visando a compreender como os profissionais em questao entendem a influência da inserçao social da mulher na definiçao de seus problemas de saúde. A pesquisa propiciou apreender uma tendência a incorporaçao (por vezes nao consciente) da racionalidade feminista pelo grupo, embora a seus membros nao tenham história prévia expresiva de participaçao no movimento feminista. Observou-se a valorizaçao das práticas educativas de caráter reflexivo na busca do estabelecimento de relaçoes democratizadas no interior dos serviços de saúde. O grupo de profissionais entrevistados, no entretanto, nao representa o