Publication year: 1984
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Mestre. Leader:
O antígeno de superfície do vírus B da hepatite (AgHBs) foi determinado em um grupo de 1382 gestantes e seus recém-nascidos em duas maternidades públicas de Salvador, Bahia, utilizando a técnica do radioimunoensaio, no período de dezembro de 1981 a abril de 1983. Este grupo de gestantes foi caracterizado através de informaçöes sobre idade, naturalidade, procedência, estado civil, grau de instruçäo, profissäo e condiçäo sócio-econômica.
Os fatores de risco para hepatite B analisados foram:
a) Durante a atual gestaçäo: quadro infeccioso, contato com ictéricos, uso de medicaçäo parenteral ou transfusäo, tentativa de aborto e tratamento dentário. b) Na história prévia - número de gestaçöes e partos, abortos anteriores, icterícia no passado, uso de transfusöes, número de parceiros sexuais, icterícia em outros filhos ou no parceiro. Os recém-nascidos foram pesados e medidos ao nascer e examinados nas primeiras 48 horas de vida. A análise da importância dos fatores de risco estudados foi feita através da comparaçäo das mäes AgHBs positivas com um grupo controle de mäes AgHBs negativas. Em seguida, para a análise de fatores de risco de transmissäo de AgHBs, comparou-se o grupo de mäes AgHBs positivas que transmitiram o antígeno para seus recém-nascidos com o grupo de mäes AgHBs positivas que näo transmitiram. A positividade para AgHbs entre gestante foi de 1,7% (23/1382), havendo maior prevalência de gestantes positivas entre 15 e 30 anos de idade (78%) e entre as classes sócio-econômicas mais baixas. Entre as positivas, apenas uma mäe apresentou relato de hepatite aguda durante a gestaçäo, todas as outras eram portadoras prévias do vírus B e os fatores de risco estudados näo se revelaram importantes na determinaçäo da positividade para AgHBs entre estas gestantes. A incidência de transmissäo transplacentária foi de 27,3% (6/22 recém-nascidos), demonstrando ser esta via de grande relevância para a transmissäo do vírus B em nosso meio, caracterizando desta forma os recém-nascidos de mäes portadoras de AgHBs como uma populaçäo de risco para futuros programas de profilaxia. Os recém-nascidos de mäes AgHBs positivas revelaram peso e altura significantemente menores do que aqueles de mäes sadias. Näo foram relevantes na determinaçäo da transmissäo transplacentária os fatores de risco estudados. Reitera-se a necessidade de pesquisa sistemática de AgHBs no período pré-natal em gestantes para as medidas cabíveis de profilaxia, diante das consequências a médio e longo p