Dinâmica da produçäo e reabsorçäo da fibrose em granulomas esquistossomóticos intestinais (estudo Imuno-Histopatológico, Morfométrico e Bioquímico na Esquistossomose Murina Experimental)
Publication year: 1990
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Bahia. Mestrado em Patologia Humana to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Na patogenia da esquistossomose mansônica o principal fenômeno que ocorre é a fibrose hepática, uma consequência do estabelecimento dos granulomas. No intestino, delgado e grosso, também ocorrem granulomas, mas exceçäo feita a alguns casos raros, näo se detecta uma fibrose expressiva. A explicaçäo deste fato pode estar na possibilidade de que existem diferenças de reatividade do fígado e do intestino, ou que existam diferenças na velocidade de reabsorçäo. Para investigar estas hipóteses foram realizadas as seguintes experiênicas. camundongos suiços, de ambos os sexos, pesando 18 a 20g, foram infectados pelo método de imersäo, com 50 cercárias de S. mansoni de cepa Feira de Santana. Após 10 semanas de infecçäo foram formados dois grupos experimentais. Metade dos camundongos foi tratada simultaneamente com Praziquantel (400mg/Kg, v.o.) e Oximniquine (100mg/Kg, v.o.), enquanto que a outra metade näo recebeu tratamento. Lotes de três animais foram sacrificados na 11ª, 12ª, 13ª, 16ª, 22ª e 30ª semanas de infecçäo, de ambos os grupos experimentais, para obtençäo de dados parasitológicos, histopatológicos, morfométricos e determinaçäo da quantidade e do tipo de colágeno. Os dados obtidos mostraram que, apesar de haver um maior número de ovos por grama de tecido no intestino, é no fígado que se forma um maior número de granulomas por área seccional de tecido. Os granulomas hepáticos säo, desde o início da observaçäo, mais fibrogênicos do que os intestinais e também maiores. Contudo, no final näo se observou diferença estatisticamente significante entre o tamanho destes granulomas. O colágeno tipo I, III e fibronectina foram encontrados nos granulomas no fígado e no intestino na 30ª semana de infecçäo, tanto no grupo näo tratado, quanto no grupo tratado, sendo que a reaçäo de imunofluorescência para estes antígenos foi mais intensa no fígado. Após o tratamento se observou reasorçäo da fibrose tanto no fígado, quanto no intestino, näo tendo sido demonstrado nenhuma diferença na velocidade de reabsorçäo da fibrose nestes dois órgäos. Os dados säo compatíveis com a hipótese de que há uma maior produçäo de colágeno no fígado do que no intestino, quando estes dois órgäos säo submetidos ao estímulo antigênico do ovo do S. mansoni