Em um bairro pobre de Salvador, o Bairro de O., foi desenvolvido um estudo visando uma estimativa da prevalência de doenças mentais na sua populaçäo adulta. A metodologia empregada foi a de inquérito e a coleta de dados feita diretamente nos indivíduos que compunham uma amostra representativa de 5,6// (1.549 indivíduos) da populaçäo total de 27.464 pessoas. A estratégia da pesquisa se constituiu de duas fases. A primeira, objetivava a identificaçäo de casos suspeitos, que se baseava na aplicaçäo de um questionário (QMPA) às famílias integrantes da amostra, por entrevistadores treinados. Este questionário abrangia questöes referentes a dados gerais de cada membro familiar, além de uma série de perguntas sobre a ocorrência nestes indivíduos de sinais ou sintomas de enfermidade mental. A contagem das repostas afirmativas permitia a formulaçäo de um escore individual, que por sua vez possibilitava a determinaçäo de suspeiçäo de doença mental. Estabeleceu-se preliminarmente, dois procedimentos de testagem deste instrumento (QMPA), para averiguaçäo do escore de corte mais adequado, como também valida-lo, ou seja, determinar sua sensibilidade, especificidade e taxa de classificaçäo incorreta que foram respectivamente 83//, 71// e 21// nos testes finais. Na segunda fase do trabalho, os indivíduos considerados como casos suspeitos foram entrevistados individualmente por um psiquiatra que desse modo lhes conferiam o diangóstico final. Tentando-se ampliar o grau de concordância diagnóstica, conhecido como bastante precário na área da psiquiatria, entre os médicos participantes desta etapa, utilizou-se os critérios, codificaçäo e classificaçäo adotados pela Organizaçäo Mundial de Saúde. Os psiquiatras além disso tinham o mesmo tipo de formaçäo, e prepararam conjuntamente um roteiro da entrevista, visando uma abordagem padronizada