Analisa, com enfase nas atitudes e açöes das personagens corporalmente diferentes, 47 histórias destinadas ao público infantil e juvenil, de autores brasileiros e publicadas entre 1971 e 1991, buscando comprovar a hipótese de que há na literatura infanto-juvenil elementos que configuram representaçöes do corpo desviante geradoras ou propiciadoras de cristalizaçöes de estereotipos, denunciadoras de atitudes e preconceitos frente a diferença corporal e perpetuadoras de leituras maniqueistas e estigma. Analisa, a partir das visöes de corpo, a problemática do desvio, diferença, deficiência; conceitos de atitude, preconceito, estereotipo e estigma; universo das significaçöes, anomalias, monstruosidades, grotesco; e as especificidades do gênero literário em questäo.

Estabelece como unidades de análise:

narrador, trama, narrativa, tipos de discurso, situaçäo inicial da história, universo constitucional das personagens, tipos de deficiência e alteraçäo corporal, personagens no contexto dramático, nomeaçäo, campos de atribuiçäo dos fenomenos na etiologia e no desfecho, o "olhar" do outro, "perdas" e "desejos". Confirma a hipótese inicial, distribuindo as reflexöes finais em 3 vertentes: etiologia da diferença, status da personagem e desfecho, as quais giram em torno de 3 eixos principais: histórias "altamente" preconceituosas e histórias "denunciadoras" ou "livres" de preconceitos