Estuda o funcionamento mental do S cego para verificar como a compreensäo do significado da cegueira nas angústias modais do S, nas escolhas indivíduais do objeto afetivo, na definiçäo dos mecanismos de defesa e nos caminhos para a elaboraçäo egóica, se refletem na dinâmica de sua personalidade. Os Ss säo 18 cegos (10 congenitos e 8 com cegueira adquirida) de ambos os sexos, idade entre 10 e 25 anos, escolaridade entre o primeiro e segundo graus, sendo 7 de escola pública e 11 de instituiçäo especializada em reabilitaçäo profissional. Realiza entrevistas indivíduais com os Ss e aplica o Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E), adaptado para cegos, para obter expressöes gráficas e verbais. Analisa os dados pelo método de inspeçäo livre com base no referêncial teórico psicanlítico e os submete a supervisäo de 2 psicanalistas com conhecimento do D-E. O material obtido permite descrever a singularidade de cada S, entrever conflitos, mecanismos e sentimentos que podem ser generalizados a influência da cegueira na organizaçäo da personalidade. Verifica que a cegueira é uma variável complexa dentre as condiçöes que contribuem para a organizaçäo da personalidade dos Ss cegos e que se reflete na organizaçäo egóica, na forma de estabelecer relaçöes objetais e na escolha de mecanismos de defesa. Conclui ser o D-E eficiente na investigaçäo clínica da personalidade de pessoas cegas