Säo cada vez mais visíveis os sinais de esgotamento do modelo teórico que sustentou o desenvolvimento da saúde coletiva no Brasil ( e talvez na América Latina) na década de 70 e 80. Um sinal dessa crise é a aguda perplexidade dos intelectuais da área que migraram para as tarefas de governo que se descobriram sem instrumentos teóricos e técnicos capazes de decodificar e agilizar o emaranhado burocrático das estruturas administrativas. Um outro indicador da crise intelectual é a descoberta da surpreendente consistência das bases ideológicas e programáticas da "grande medicina" especializada, que desafia agressivamente as limitaçôes do discurso generalista da medicina social/saúde coletiva. O que este texto propoe é basicamente refletir sobre alguns problemas teórico-conceituais que permanecem ainda obscuros no âmbito dessa crise intelectual.Para essa tarefa, consideramos que o retorno à leitura de um dos pais fundadores da refleäo totalizante na saúde, John Snow, é extremamente oportuna