Analisaram-se aspectos histológicos (estrutura geral do tecido, incluíndo mucosa, lâmina própria, muscular da mucosa, submucosa, nódulos linfóides, plexos intramurais e musculares própria, secreçäo glandular e flora) e citológicos (elementos glandulares, células e bactérias) de 26 neovaginas construídas através de transposiçäo pediculada de ceco (6 casos) ou sigmóide (20 casos) em pacientes com ausência congênita de vagina. Procurou-se estabelecer relaçöes entre a histologia, a citologia e o segmento colônico transposto, entre a histologia, a citologia e o tempo de pós-operatório, a presença ou ausência de atividade sexual e o número de relaçöes sexuais por mês. Para a análise histológica foram realizadas biópsias da parede neovaginal lateral direita enquanto para a citologia foram realizados esfregaços da parede neovaginal lateral esquerda. Os cortes histológicos foram corados pelas hematoxilina-eosina, alcian blue pH 2,5, prata-hexamina e Gram. Os esfregaços foram corados pela técnica de Papanicolaou. Verificou-se que apenas a presença de atividade sexual determinou alteraçöes histológicas estatisticamente significativas caracterizadas por edema da lâmina própria, espessamento da muscular da mucosa, nódulos linfóides volumosos e plexos nervosos intramurais evidentes. O tipo de segmento colônico utilizado, o tempo de pós-operatório e o número médio de relaçöes sexuais por mês, näo influíram nos caracteres histológicos e citológicos analisados. Estes últimos sequer sofreram influência da presença ou ausência de atividade sexual. Este estudo pioneiro é importante tanto para a ginecologia, para a cirurgia abdominal, como para a patologia, pois permitiu estabelecer os aspectos histológicos e citológicos de neovaginas construidas através de transposiçäo pediculada de ceco e sigmóide e uma vez mais ressaltar a importância dos protocolos nas condutas.