Bernardino Ramazzine, em 1700, identificava as principais causas de doença e sofrimento entre os trabalhadores que desempenhavam trabalhos repetitivos: a contínua vida sedentária, o contínuo e sempre o mesmo movimento da mäo e a atençäo mental. O pai da Medicina do Trabalho descrevia as doenças específicas dos escribas e notários, duas categorias profissionais, que se distinguiam pela arte de escrever com velocidade, estavam em extinçäo com o advento da indústria tipográfica, e cuja atividade pouco tinha em comum com as desempenhadas pela maioria dos trabalhadores do seu tempo. Nesta época, o mundo do trabalho se caracterizava pela utilizaçäo da força humana como força energética, e o trabalho realizado em prolongadas jornadas, implicava em grande esforço físico, gasto calórico elevado e variedade de movimentos, resultando em um padräo de desgaste que aliava a desnutriçäo e as doenças infecto-contagiosas aos acidentes de trabalho graves e fatais. Só no final do século XVIII, com as profundas transformaçöes advindas da Revoluçäo Industrial, a energia das máquinas substitui a força física dos homens. O desenvolvimento dos processos de trabalho automatizados, com base na microeletrônica e na informática, difundidos em praticamente todos os ramos da econômia, caracterizam o momento atual. A automatizaçäo foi, e ainda é, comumente festejada pelas suas possibilidades de transformaçäo das condiçöes de trabalho, libertando o homem dos trabalhos penosos e perigosos, ou "modernizando" e facilitando os processos de trabalho na indústria e serviços através da utilizaçäo dos computadores...