Realiza dois estudos para analisar o desenvolvimento da fala sobre voliçäo, afeto e cogniçäo, procurando esclarecer sua natureza e funçöes. No Estudo 1 investiga a influência da classe social e do sexo na aquisiçäo de termos denotativos de voliçäo, afeto e cogniçäo, a partir de relatos verbais de 80 mäes sobre a compreensäo e uso dos termos por crianças de 18 a 41 meses de idade, de classe média e baixa. Elabora um questionário com base na Lista de Estados Presentes (LEP) de Engelmann (1986), lido e respondido duas vezes pelos Ss. Os resultados mostram diferenças na velocidade da aquisiçäo desse tipo de fala em funçäo da classe social, mas näo do sexo; e que as crianças entendem mais do que aquilo que expressam sobre os temas analisados. Realiza o Estudo 2 a partir da análise de 64 transcriçöes verbais de uma menina de classe média com sua mäe e outros adultos, desde quando tinha 1 ano e 2 meses até 3 anos. Os resultados revelam uma preocupaçäo crescente com desejos, sentimentos e processos cognitivos de outros e uma apropriaçäo progressiva, por parte da criança, do vocabulário e das formas de usá-lo, comuns entre os adultos, enquanto que estes modulam suas verbalizaçöes em funçäo do repertório da criança. Discute a contribuiçäo dos adultos para o desenvolvimento inicial da fala sobre voliçäo, afeto e cogniçäo e implicaçöes desta fala sobre as relaçöes sociais da criança