Analisa o trabalho de pajens que prestam assistência de enfermagem ao indivíduo portador de deficiência mental, a partir das representaçöes desses agentes institucionais sobre a deficiência mental e as imbricaçöes destas com o trabalho que desenvolvem. Realiza estudo em uma instituiçäo de Säo Paulo que assiste a indivíduos portadores de deficiência mental, em regime de internato. Contextualiza a instituiçäo através de análise documental e 30 entrevistas realizadas com ocupantes de diferentes cargos e funçöes e mais 10 entrevistas com pajens. Através do reconhecimento da vivência subjetiva e da significaçäo do trabalho para as pajens, identifica os mecanismos de defesa com açöes adaptativas, elaboradas coletivamente, que possibilitam o convívio com o sofrimento e a ansiedade advindos da tarefa de cuidar do portador de deficiência mental. Constata que a organizaçäo do trabalho sofre diretamente as influências dessas defesas e que a resistência à mudança no serviço de enfermagem se explica, pois sobre esse trabalho säo projetados os conteúdos inconscientes da instituiçäo que näo podem ser contidos ou controlados intrapsiquicamente. A instituiçäo é porta-voz dos conflitos, do sinistro, do medo, do isolamento e da exclusäo, que a sociedade aí deposita, no que se refere à deficiência. Conclui ser o conhecimento desses aspectos importante para a adoçäo de quaisquer mudanças