Discute o assistencialismo médico tomando como campo de observaçäo o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, no período entre 1987 e 1991. A análise da literatura sobre o tema assinala o papel das práticas assistenciais na reproduçäo da burocracia sindical e no controle do segmento de associados por métodos clientelistas. Discute essas práticas no que tange à forma pelo qual as necessidades reais de saúde operária säo desqualificadas para servir aos interesses de controle do poder sindical. Apresenta os resultados da pesquisa-açäo realizada em conjunto com os sindicalistas, estuda as demandas pelos serviços médico-odontológicos e elabora estratégias de açäo sindical no campo da saúde. No estudo das demandas de saúde o fenômeno do desgaste operário emerge sob forma de enfermidades incorretamente interpretadas e como meio de defesa operária ao sistema fabril através da recusa ao trabalho. Verifica que a política assistencialista legítima e preserva enquanto individual a reaçäo operária ao desgaste, exercendo nesse mecanismo uma funçäo de desorganizaçäo das lutas operárias pela saúde.