Análise dos conhecimentos dos formandos de Odontologia do Rio Grande do Sul sobre higiene, flúor e ingestäo de açúcar como fatores de prevençäo da cárie dentária e sua aplicabilidade em saúde pública

Publication year: 1994
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal Fluminense. Centro de Ciências da Saúde to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Cento e sessenta e sete formandos de Odontologia do Rio Grande do Sul, de um total de 185 formandos do primeiro semestre de 1993 responderam a um questionário sobre higiene, flúor e ingestäo de açúcar como fatores de prevençäo de cárie dental. Quase 50 por cento dos estudantes tem algum parentesco com dentistas, sendo que entre filhos e irmäos encontrou-se perto de 30 por cento. O ensino de prevençäo de cárie se baseia principalmente em remoçäo de placa bacteriana e uso de flúor. A questäo da ingestäo de açúcar continua sendo tratada segundo o estudo de Vipeholm, com orientaçäo para a diminuiçäo de freqüência da ingestäo e näo da quantidade. Apesar dos estudantes seguirem as instruçöes do uso de flúor e da remoçäo de placa bacteriana, consomem bastante açúcar e relatam o aparecimento de novas cáries após o ingresso na faculdade. A prevençäo tanto para saúde pública quanto para consultório particular segue os mesmos métodos. A questäo da fome, da desnutriçäo e das outras doenças vinculadas ao excesso de ingestäo de açúcar säo praticamente desconhecidas para os formandos de odontologia do Rio Grande do Sul. Os métodos multifatorial e ecológico importados dos países do primeiro mundo continuam sendo enfatizados, embora näo se apliquem à realidade brasileira. Näo há distinçäo entre a filosofia de prevençäo de cárie adotados nas faculdades públicas e particulares. A maioria dos formandos aspira o consultório privado para exercer a profissäo, mas tem o trabalho em saúde pública como segunda opçäo. A Odontologia no RS está formando dentistas para o mercado de países desenvolvidos, mas despreparados para a realidade brasileira. Para que a Reforma Sanitária possa ser implementada no Rio Grande do Sul, será necessário mudar a base teórica de formaçäo dos recursos humanos odontológicos desde o início de sua formaçäo e näo somente nos estágios de saúde pública ao final do curso. Recomenda-se que haja uma distinçäo entre os recursos humanos formados por faculdades particulares e as instituiçöes públicas, através de seus currículos. As instituiçöes públicas deveriam formar os estudantes com objetivo de sanar os problemas da maioria da populaçäo e as faculdades privadas continuariam a formar dentistas para os 7 por cento da populaçäo que podem optar e pagar por um serviço odontológico em consultório particular, com alta densidade tecnológica. Näo faz sentido, no entanto, que as faculdades públicas sigam fazendo este papel

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